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PAIGC mantém nome de Simões Pereira como primeiro-ministro

Lusa | ms
21 de junho de 2019

Apesar da rejeição do Presidente guineense, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vai manter o nome de Domingos Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro, decidiu o Bureau Político.

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Foto: picture alliance/AA/D. Aydemir

A decisão foi tomada na reunião do Bureau Político, que decorreu na quinta-feira (20.06) na sede do partido em Bissau. "O Bureau Político, após um aturado debate e por reconhecer o direito constitucional e inalienável de indicação do nome do primeiro-ministro ao PAIGC, partido vencedor das eleições legislativas de 2019, delibera manter o nome de Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, ao cargo de primeiro-ministro de acordo com o nº 1 do Artº 42 dos estatutos" do partido, refere-se na deliberação, enviada hoje à Lusa.

Segundo os estatutos do PAIGC, o presidente do partido é o cabeça de lista às eleições legislativas e o candidato ao cargo de primeiro-ministro.

Mais de três meses depois das legislativas de 10 de março na Guiné-Bissau, o Presidente guineense, José Mário Vaz, pediu esta semana ao partido vencedor para indicar o nome para o cargo de primeiro-ministro, vindo depois a recusar Domingos Simões Pereira para o lugar e pediu ao PAIGC para indicar outro nome. 

CEDEAO quer novo primeiro-ministro até domingo

Na quinta-feira (20.06), no final de uma missão de avaliação à situação política na Guiné-Bissau, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pediu a nomeação do primeiro-ministro proposto pelo partido com maioria no parlamento e do Governo até domingo (23.06), dia em que o Presidente guineense cumpre cinco anos de mandato.

Simões Pereira: PAIGC aceita mandato para unir Guiné-Bissau

"O comité ministerial insiste na nomeação até 23 de junho do novo primeiro-ministro proposto pelo partido maioritário no Parlamento e a formação do Governo dentro do mesmo prazo", afirmou aos jornalistas o presidente da comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, no final de uma missão que a CEDEAO realizou ao país para avaliar a crise política. 

A missão pediu também a resolução do impasse para a eleição da mesa da Assembleia Nacional Popular e reconheceu a possibilidade de impor sanções a quem criar obstáculos ao processo.

Na deliberação do Bureau Político, o PAIGC exorta a comissão permanente do partido a traçar uma estratégia de intervenção "face ao fim do mandato do Presidente da República" e alerta a sociedade guineense e a comunidade internacional para as "implicações políticas e jurídicas do fim do mandato" do chefe de Estado.