Parlamento pede que se apurem causas de naufrágio
9 de abril de 2024Numa mensagem de pesar, a presidente do Parlamento moçambicano, Esperança Bias, diz: "A Assembleia da República apela ao Governo para continuar a apurar as causas desta tragédia".
Bias recomenda que "as entidades responsáveis pela atividade marítima continuem a melhorar os mecanismos de controlo e de fiscalização para que situações desta natureza não ocorram".
A presidente da Assembleia da República assinala que foi com profunda dor e consternação que tomou conhecimento da morte de 98 pessoas, na sequência do naufrágio da embarcação, que fazia o trajeto Lunga - Ilha de Moçambique.
O dono e um responsável pela embarcação estão detidos, de acordo com a porta-voz da Polícia em Nampula, Rosa Chaúque.
O acidente matou 98 pessoas, incluindo 55 crianças, 34 mulheres e nove homens, havendo registo de 16 sobreviventes, dos 130 que seguiam a bordo.
De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros e nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de 100 metros desta costa.
O que faz o Governo?
O Governo moçambicano anunciou que se vai reunir esta terça-feira (09.04) para discutir medidas.
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, enviou uma delegação governamental, liderada pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, para prestar "ajuda aos sobreviventes, e seu encaminhamento, assim como para a investigação, a fim de se aferir as razões que deram origem a esta tragédia", disse a Presidência em comunicado.
O ministro dos Transportes e Comunicações moçambicano anunciou na segunda-feira (08.04), num encontro multissetorial em Nampula para analisar este incidente, que as autoridades estão a fazer uma "reflexão" sobre este naufrágio, para "que isto nunca volte a acontecer".
O presidente da RENAMO, maior partido da oposição, Ossufo Momade, também se mostrou "profundamente consternado" com o naufrágio e pediu luto nacional.
"Exigimos que o Governo decrete luto nacional e que este momento seja reconhecido pelas autoridades como mais um sinal de negligência e falta de segurança públicas", escreveu Ossufo Momade, na sua conta oficial no Facebook.