Partidos preparam-se para eleições em Nampula
8 de novembro de 2017Os partidos políticos pronunciaram-se logo após o anúncio, feito esta terça-feira (07.11), pelo Governo moçambicano, de que decorrerão a 24 de janeiro de 2018 as eleições intercalares em Nampula, a terceira maior cidade do país, para eleger o sucessor de Mahamudo Amurane, assassinado a 4 de outubro, quando faltava pouco mais de um ano para a realização das autárquicas, que estavam agendadas para 10 de outubro de 2018.
Os partidos dizem estar preparados para participar nos escrutínios. Alguns já cantam vitória antecipada, como o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que governa a cidade de Nampula desde que venceu o pleito de 2013 com Mahamudo Amurane.
"Se as eleições fossem amanhã, eu diria que o MDM continuará a governar a cidade", acredita Luciano Tarieque, delegado político em Nampula do partido liderado por Daviz Simango. "Vamos ganhar, isso quer dizer que a saúde do partido a nível da base está bem", disse Tarieque, sem avançar, porém, se o MDM já definiu ou não que candidato irá concorrer.
Continuar os ideais de Amurane
Já o Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), que nas eleições passadas foi derrotado por Mahamudo Amurane, acredita que a corrida eleitoral desta vez é para vencer. "O partido vai concorrer às eleições intercalares. Temos candidato. Há trabalhos que estão a acontecer no terreno com as brigadas", disse Filomena Mutoropa.
A secretária-geral do partido, que se candidatou à presidência do município em 2013, não revelou se vai ou não recandidatar-se em 2018, deixando a decisão ao critério do PAHUMO. Filomena Mutoropa diz que o seu partido vai se inspirar nos ideais de Mahamudo Amurane. "Ele fazia o trabalho que o partido PAHUMO, quando ganhar, vai fazer também", disse.
Mário Albino Muquissice, presidente do partido Acção do Movimento Unido Integral para a Salvação Integral (AMUSI), também está confiante na vitória. "Estamos preparadíssimos para vencer as eleições. Candidato ainda não temos, mas o partido, agora que se anunciaram as datas, vai se preparar no sentido de apurar o candidato", adiantou.
RENAMO volta à corrida
Quem também quer concorrer é a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), que não participou nas eleições autárquicas de 2013 - um boicote para exigir a revisão do pacote eleitoral.
"O elemento que era um entrave já foi removido, agora não há razões para nos abstermos desse processo", sublinha Luís Trinta, o delegado provincial do maior partido oposição de Moçambique. "Já temos, em princípio, as pessoas indicadas, mas não temos um único [candidato] definido, explica Luís Trinta. "E sobre a vitória: o povo é que vai decidir", acrescenta.
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), através do porta-voz Caifadine Manasse, já se pronunciou no mês passado sobre a sua participação nas eleições intercalares no municipio de Nampula, afirmando que o partido vai vencer a corrida.
Com a marcação da data, o processo será agora liderado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que deverá organizar um calendário de atividades para a realização do escrutínio no dia marcado.