Polícia volta a impedir manifestação na Guiné-Bissau
15 de julho de 2017A informação foi divulgada pela agência Lusa, citando Sumaila Djalo, porta-voz do grupo. Segundo a Lusa, Djalo indicou que a polícia mandou dispersar o grupo de jovens que se preparavam para iniciar uma manifestação pacífica em Bissau, alegando que o protesto não tinha sido autorizado pelo Ministério do Interior.
Tal como aconteceu no dia 08 de julho, a polícia voltou a impedir hoje (15.07) a manifestação e a proibir qualquer iniciativa dos inconformados, precisou Sumaila Djalo.
Ato simbólico
Transportados em carrinhas, os jovens saíram do local da concentração - largo da rotunda do aeroporto - para a sede da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), onde realizaram, simbolicamente, a manifestação.
Alinhados na varanda da sede da Liga, cerca de duas dezenas de jovens permaneceram durante algum tempo com a boca tapada com fitas e as mãos atadas.
O presidente da Liga juntou-se ao protesto.
Sumaila Djalo disse que o gesto simboliza "a mordaça e o terror que o atual regime pretende impor" na Guiné-Bissau.
Um cordão policial cercou a sede da Liga Guineense dos Direitos Humanos durante todo tempo que os jovens ficaram alinhados na varanda do edifício, conhecido como Casa dos Direitos.
Liga repudia ação das foças de segurança
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva, advogado, disse à Lusa, que telefonou ao secretário de Estado da Ordem Pública, Francisco Djata, a quem apresentou o "protesto e repúdio" pela situação "inédita de cercar a sede de uma organização dos direitos humanos," com forças de segurança.
"Nem durante o período de transição, a seguir ao golpe militar de 2012, isso aconteceu", frisou Augusto da Silva.
O presidente da Liga notou que a sede da sua organização se situa "atrás do Quartel-General" das Forças Armadas, "mas nunca" os soldados estiveram no local, disse.
Augusto da Silva afirmou, também, que a Liga "não pode deixar de denunciar" o que considera ser a "instauração da tirania e ditadura" na Guiné-Bissau.
Ficar calado significa "aceitar que se ponha em causa" as conquistas democráticas do povo guineense, referiu Augusto da Silva.