Polícia mata líder religioso no Uganda
19 de novembro de 2021A polícia do Uganda matou cinco suspeitos e prendeu 21 pessoas esta quinta-feira (18.11), durante as investigações sobre os atentados suicidas da última terça-feira, reivindicados pelo grupo "Estado Islâmico" (EI). A informação foi divulgada por um porta-voz da polícia em conferência de imprensa.
Segundo a polícia, a operação foi executada por agentes antiterroristas em Ntoroko, no oeste do país, onde foram mortos "quatro suspeitos de terrorismo que atravessavam para a República Democrática do Congo".
Um quinto homem foi morto perto de Campala ao tentar escapar à prisão. A polícia acrescentou que um dos mortos é o xeque Abas Muhamed Kirevu, um líder islâmico local que seria, segundo as autoridades de segurança, um responsável pelo "despertar de células de terror" na capital ugandesa.
As outras 21 pessoas presas seriam, segundo a polícia, " operacionais, coordenadores e financistas de atividades terroristas".
Reação a ataques
As explosões da última terça-feira fazem parte de uma série de ataques no Uganda. Como reação à ofensiva alegadamente do EI, o Presidente Yoweri Museveni jurou derrotar "os terroristas".
Os ataques na capital ugandesa ocorreram a poucos minutos um do outro, com dois bombistas suicidas em motos a detonarem um dispositivo perto do Parlamento, enquanto um terceiro atacante a atacar um posto de controlo perto da esquadra central da polícia.
A polícia ugandesa disse que os ataques foram obra de "terroristas domésticos" ligados às Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), um grupo armado ativo no leste da República Democrática do Congo, que os Estados Unidos vinculam ao IS.
A polícia prendeu vários alegados integrantes da ADF no mês passado - após os ataques a um autocarro e a um restaurante em Campala - e divulgou que os extremistas estavam a planear um novo ataque a "grandes instalações".
Os objetivos da ADF
A ADF é historicamente um grupo rebelde ugandês acusado de matar milhares de civis no leste da RDC. Kristof Titeca, um perito no grupo, afirmou ser "cada vez mais claro que a ADF está a reorientar a sua atenção para o Uganda".
Titeca disse que o novo foco poderia estar relacionado à "influência crescente de elementos jihadistas no seio da ADF nos últimos anos".
Analistas consideram que a ADF é o mais sangrento dos mais de 120 grupos armados que vagueiam pelo leste da RDC.