Filipe Nyusi quer diálogo franco e aberto em Moçambique
27 de julho de 2017Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta quinta-feira (27.07.) que os próximos dias serão decisivos no diálogo de paz com a RENAMO, considerando que as conversações com o maior partido de oposição "não tem sido tarefa fácil.
"Os próximos dias serão decisivos para todos nós", declarou o chefe de Estado moçambicano, sem avançar detalhes sobre o ponto de situação das negociações de paz com a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
Filipe Nyusi falava durante o primeiro dia da reunião do comité central da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, em Maputo.
De acordo com o Presidente moçambicano, dialogar "não tem sido tarefa fácil", mas é "a coisa certa".
"O que se pretende é encurtar o período de espera pela paz ", observou Filipe Nyusi, acrescentado que a paz é um preceito humanista e deve ser salvaguardada.
Para o chefe de Estado, o único caminho para o fim da crise política e militar entre o seu partido e a RENAMO é um diálogo franco e aberto."A FRELIMO sempre afastou a visão de que dialogar seria alienar os princípios fundamentais", acrescentou, apontando, a título de exemplo, o primeiro acordo alcançado entre a Frelimo e a RENAMO, em 1992, em Roma.
Envolvimento de todos os atores
O Presidente moçambicano apelou ainda para o envolvimento de todos os atores vivos da sociedade na luta pela consolidação da paz, lembrando que a estabilidade é a condição para o desenvolvimento do país.
"Temos de ganhar etapas e contribuir para o desenvolvimento de Moçambique indivisível", concluiu o chefe de Estado, que espera que a reunião da Frelimo revitalize os objetivos comuns que "sempre orientaram" o partido há mais 40 anos.
Moçambique assiste desde maio a uma trégua por tempo indeterminado, na sequência de contactos entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama.
Negociações paralelamente à tréguaParalelamente à trégua em vigor, o Governo e a RENAMO estão em negociações em torno da descentralização do Estado, despartidarização das (Forças de Defesa e Segurança) FDS e desarmamento do braço militar do principal partido da oposição.
Entre 2015 e dezembro do ano passado, o país voltou a ser palco de confrontos na sequência da recusa do principal partido da oposição em aceitar a derrota nas eleições gerais de 2014.
A vaga de violência incluiu ataques a alvos civis que o Governo atribuiu à RENAMO e assassínios políticos de membros do principal partido da oposição e da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder.
A reunião do comité central da FRELIMO, que termina no sábado, debate propostas do partido para governar nos próximos cinco anos, antecipando uma nova vitória nas eleições legislativas marcadas para 2019.