Ramaphosa visita província mais atingida pela violência
16 de julho de 2021O chefe de Estado sul-africano visita esta manhã KwaZulu-Natal, no sudeste do país,"para avaliar o impacto da violência recente e o destacamento das forças de segurança", refere um comunicado de imprensa da presidência.
Pelo menos 117 pessoas morreram - incluindo 91 em Kwazulu-Natal - e mais de 2.000 presas durante estes seis dias de violência, refere um relatório oficial citado pela AFP.
"A situação em KwaZulu-Natal continua volátil, mas melhorou muito e está a caminho da estabilidade", declarou ontem a ministra da Presidência, Khumbudzo Ntshavheni.
Após relatos de civis armados, "exibindo publicamente armas de fogo e armas perigosas em aparente retaliação contra os perpetradores da violência pública", a governante sul-africana alertou: "Embora as pessoas tenham o direito de proteger a sua propriedade e a sua vida, desde que isso seja feito de forma que o direito de todos à vida seja protegido conforme previsto na nossa Constituição e, só pode ser infringido em casos limitados de extrema circunstância".
Os incidentes começaram na semana passada, um dia depois de o ex-Presidente Jacob Zuma ter sido detido e condenado a 15 meses de prisão por desacatos à justiça. Após a detenção, o país mergulhou numa série de protestos e pilhagens sem precedentes no país.
Escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos
A violência e saques levaram ao bloqueio de estradas, gerando grandes preocupações de escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos na África do Sul.
As padarias relataram dificuldades na obtenção de farinha. O encerramento de refinarias em Durban também originou longas filas de espera em frente aos poucos postos de combustível abertos na cidade.
A falta de medicamentos na província de KwaZulu-Natal, duramente atingida pela violência, tem sido motivo de grande preocupação para os residentes, depois de muitas farmácias e clínicas terem sido saqueadas e vandalizadas.
A ministra da Presidência disse que o Governo está "preocupado" com o bloqueio dos corredores de distribuição e abastecimento de bens essenciais desde os portos de Durban e Richards Bay, no KwaZulu-Natal, para vários destinos no país.
"O Exército foi destacado para proteger especificamente os pontos nacionais estratégicos e a polícia está a prestar proteção aos serviços de transporte de oxigénio, medicamentos, e outros bens essenciais que têm que chegar a outras partes do país", disse Khumbudzo Ntshavheni.
O governo da África do Sul mobilizou 30.000 soldados para ajudar a travar os protestos violentos - um dos maiores destacamentos em 27 anos de democracia no país.