RDC: Oposição aponta candidato único às presidenciais
12 de novembro de 2018Ao fim de três dias de negociações, a oposição congolesa chegou a um consenso e uniu-se em torno de um único candidato às eleições de 23 de dezembro. A reunião dos partidos da oposição da RDC em Genebra foi mediada pela Fundação Nelson Mandela e contou com a presença de figuras opositoras como Jean-Pierre Bemba, Moise Katumbi e Felix Tshisekedi.
"Vou liderar esta luta com todos os meus colegas. Vamos liderar esta luta por eleições livres, democráticas, inclusivas, transparentes e calmas, porque os congoleses precisam de um líder que seja escolhido pelo povo", disse Martin Madidi Fayulu, nas primeiras declarações após a nomeação.
"O povo precisa de líderes que o acompanhem para alcançar o desenvolvimento, para alcançar a prosperidade, e nós os sete comprometemo-nos a alcançar esses objetivos, para que a República Democrática do Congo deixe de ser um motivo de chacota no mundo", garantiu.
Fayulu apresentou-se como um homem competente e capaz de ser o próximo chefe de Estado: "Quais são minhas qualidades? Eu sou um empreendedor. Sou um homem de resultados. Sou alguém que se dá a si próprio metas desafiadoras. Tenho experiência. Trabalhei para a Exxon Mobil. Sou um verdadeiro líder. Trabalhei nos Estados Unidos, na Europa, em França, por exemplo, e em sete países africanos. Tenho liderado uma luta política nos últimos trinta anos".
Dinâmica da oposição
Empresário e deputado nacional, Fayulu lidera a plataforma "Dinâmica da oposição", a única alternativa ao Partido Popular pela Reconstrução e Democracia.
O opositor Felix Tshisekedi está convencido de que Martin Fayulu é mesmo a melhor opção."Eu vou convencer os meus apoiantes que podem não querer apoiar Fayulu, que devem concordar que não há outro caminho", prometeu.
"Queremos mudanças e essa mudança só virá com o apoio à candidatura de Martin Fayulu. Se quiserem que o sistema de Kabila continue, então os congoleses farão a sua escolha, mas eu escolho mudar e mudar, hoje, chama-se Martin Fayulu. Tacticamente foi a melhor coisa a fazer, para maximizar a nossa hipótese de ganhar. Precisamos de reunir esforços neste candidato comum e esperamos ganhar", explicou Tshisekedi.
As eleições estão previstas para 23 de dezembro. Se realmente acontecerem, chegam com dois anos de atraso devido a supostas deficiências no recenseamento eleitoral.
A oposição garante que tudo não passou de uma manobra de Joseph Kabila para adiar a sua saída do poder.
Kabila comanda os destinos do país desde a morte do pai, Laurent-Désiré Kabila, em 2001. Em agosto deste ano, aceitou sair do poder. A Constituição não lhe permite concorrer a um terceiro mandato.
No seu lugar estará o ex-vice-primeiro-ministro e ex-ministro do Interior, Emmanuel Ramazani Shadary.