RDC: Protestos em Goma após morte de seis pessoas
3 de março de 2019Os moradores de Goma ergueram barricadas neste domingo (03.3) numa importante área de passagem desta cidade da República Democrática do Congo (RDC) para expressar indignação, depois que cinco civis e um militar foram mortos por grupo de "bandidos armados", de acordo com as autoridades.
"Acabamos de retirar os corpos de cinco civis e um militar morto" durante um tiroteio na noite de sábado a domingo em Goma, disse à agência de notícias AFP Claver Kahasa, substituto do procurador de justiça local, acrescentando que outro soldado havia sido ferido.
"O grupo de bandidos armados entrou em Goma pelo distrito de Ndosho, eles chegaram atirando e mataram cinco civis", disse Timothée Muissa Kiense, prefeito da capital da província de Kivu do Norte. "A população agora está enfurecida e mostra sua indignação - há muita tensão", disse ele.
Estrada fechada
Em Goma, a principal via de acesso que leva a Ndosho, a parte ocidental da cidade, pela estrada de Bukavu (capital da província vizinha de Kivu do Sul), foi fechada. Dezenas de jovens ergueram barricadas no local, reportou um correspondente da agência AFP. A polícia terá chegado ao local para abrir a via e pediu calma, de acordo com essa fonte.
Para Marrion Ngavho, membro de uma organização da sociedade civil no local, são "inimigos da paz àqueles que vieram matar em Goma". "Cinco civis mortos é demais, é demais! Se as autoridades não conseguirem a nossa segurança, que a mesma renuncie", acrescentou.
Desde o início do ano, pelo menos 25 pessoas foram mortas em Goma por homens armados não identificados.
Nesta sexta-feira e sábado, um grupo de onze representantes políticos provinciais recém-eleitos debateu com as autoridades policiais, militares e administrativas o aumento da insegurança nesta cidade de mais de um milhão de habitantes.
"É inaceitável que continuem a matar pessoas assim em Goma", reagiu o político Jean-Paul Lumbulumbu, que liderava o grupo de provincial eleito.
A província de Kivu do Norte é vítima de ataques de milícias e grupos armados e a inseguraça marca a região há cerca de duas décadas.