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ConflitosEtiópia

Etiópia: Rebeldes retiram combatentes da linhas da frente

Lusa
4 de dezembro de 2022

"Retirada" e desarmamento das forças de Tigray são disposições do acordo assinado a 2 de novembro para pôr fim ao conflito com o Governo que devastou o norte da Etiópia. Até ao momento, foram retiradas 65% das tropas.

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Tigray I zerstörter Panzer
Foto: Tiksa Negeri/File Photo/REUTERS

Os rebeldes da região etíope do Tigray declararam que estão a "retirar" os seus combatentes da linha da frente, até ao momento 65% das tropas, segundo o acordo de paz assinado no início de novembro com o Governo federal etíope.

A "retirada" e o desarmamento das forças de Tigray são disposições chaves do acordo assinado a 2 de novembro, em Pretória, na África do Sul, para pôr um fim a dois anos de um conflito que devastou o norte da Etiópia. O texto também prevê o restabelecimento da autoridade federal na região do Tigray e a reabertura do acesso a essa região mergulhou numa situação humanitária catastrófica.

"Começamos a retirada e a reajuste das nossas forças de linha de frente", declarou no sábado o chefe do Estado Maior das Forças do Tigray, Tadesse Worede. Do total "das nossas forças, 65% destas estão a passar por este processo, retiradas das linhas da frente e deslocadas para lugares designados", acrescentou.

Pretoria | Waffenstillstandsabkommen für Äthiopien
O negociador do Governo Redwan Hussein e o representante das forças de Tigray, Getachew Reda, apertam as mãos após o acordo de pazFoto: Themba Hadebe/AP/picture alliance

"Pausa" face a "obstáculos à paz"

Worede não especificou quais são as linhas da frente em questão ou até que ponto os combatentes foram retirados, mas denunciou a presença de "forças na região que (...) são obstáculos à paz", em referência ao Exército da Eritreia e às forças regionais e milícias da região etíope do Amhara, que apoiou o Exército da Etiópia no conflito que começou em novembro de 2020.

"Os problemas que criam e os abusos que cometem contra a população não são secretos, por isso fizemos uma pausa em certos lugares" nas operações de retirada para impedir que "continuem as suas atrocidades contra a população, referiu Worede. Segundo o responsável do Tigray, quando estas ameaças forem sanadas, vão retirar-se "100%".

As autoridades rebeldes denunciaram regularmente nas últimas semanas de abusos sobre civis cometidos na região do Tigray pelo Exército da Eritreia, que não participou nas negociações de Pretória.

O acesso a certas áreas do leste e o centro do Tigray permanece limitado, sublinhou o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU, a 25 de novembro. O Tigray foi praticamente isolado do mundo há mais de um ano e é privado de serviços de eletricidade, telecomunicações, bancos e combustíveis.

De acordo com o PAM, os dois anos de conflito deixaram mais de 13,6 milhões de pessoas dependentes da ajuda humanitária no norte da Etiópia (5,4 milhões no Tigray, 7 milhões em Amhara e 1,2 milhão em Afar).

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