Reforço das relações entre África do Sul e Moçambique
14 de dezembro de 2011Jacob Zuma reiterou o empenho dos dois países na luta contra a pobreza e prometeu maiores esforços no esclarecimento das razões que levaram à morte do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Machel, cuja aeronave se despenhou em território sul-africano há 25 anos, em circunstâncias nunca esclarecidas.
Zuma, que durante os anos de luta contra o apartheid viveu em Maputo, foi agradecer aos moçambicanos o apoio prestado ao ANC e a todo o movimento de luta de libertação do povo vizinho. Referiu com emoção o significado da fronteira comum entre Moçambique e África do Sul, “em cuja história se mistura o sangue dos filhos dos dois países”.
Os novos desafios são a pobreza e o desenvolvimento
Para o Presidente Zuma, a libertação dos povos de África é um facto incontornável. Mas hoje, com a paz, os desafios são a luta contra a pobreza e contra o subdesenvolvimento: “O objectivo é atingirmos o crescimento económico e a emancipação de todos os nossos povos. Esta luta requer que trabalhemos juntos da mesma maneira que o fizemos durante a luta contra o colonialismo e o apartheid”.
Jacob Zuma e o seu homólogo moçambicano, Armando Guebuza, estabeleceram uma plataforma de cooperação bilateral, para, como disse o estadista sul-africano: “dar expressão prática a esta nobre ideia decidimos estabelecer uma concertação político-diplomática regular. Este mecanismo é único entre os nossos países e vai permitir que reunamos regularmente, uma vez por ano, em cada uma das capitais”.
Desequilíbrio das relações económicas
Alem da concertação político-diplomática, a visita de Jacob Zuma a Maputo teve uma forte componente económica. A África do Sul lidera a lista dos maiores investidores e parceiros comerciais de Moçambique, como lembrou a ministra sul-africana das Relações Internacionais e Cooperação, Maitê Mashabana. A ministra defendeu o estabelecimento de parcerias entre empresários dos dois países, como forma de equilibrar a balança comercial, neste momento favorável à África do Sul.
Na quarta-feira, os dois governos assinaram sete acordos de cooperação durante a visita, incluindo a segurança marítima e telecomunicações. Para além da criação da Comissão Bilateral de Cooperação sobre consultas diplomáticas, foram assinados memorandos de entendimento no domínio da silvicultura e indústrias florestais e para a área da cooperação, assim como um acordo sobre frequências de bandas e outro na área de artes e cultura.
Autor: Ezequiel Mavota (Maputo)
Edição: Cristina Krippahl/António Rocha