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RENAMO deverá voltar a adiar congresso

Sitoi Lutxeque (Nampula)
20 de setembro de 2017

O distanciamento do líder, Afonso Dhlakama, da política ativa é o principal motivo de um novo adiamento. Contudo, Dhlakama deverá voltar a ser candidato da RENAMO às próximas presidenciais.

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Membros da RENAMO numa reunião em NampulaFoto: DW/Sitoi Lutxeque

Ao contrário de outros partidos políticos com assento parlamentar em Moçambique, nomeadamente a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) poderá voltar a não realizar congresso, evento considerado fundamental na vida das formações politicas, sobretudo antes dos processos eleitorais.

O último congresso, o quinto desde a criação do partido, realizou-se em 2009, em Nampula. De acordo com os estatutos, a RENAMO deveria ter organizado o sexto congresso cinco anos depois, ou seja, em 2014.

O principal motivo do novo adiamento é o fato do líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, estar distante da política ativa. Devido ao conflito que se seguiu às eleições de 2014, Dhakama encontra-se em parte incerta, algures na serra da Gorongosa, no centro do país.

20.09.17 RENAMO deverá voltar a adiar congresso - MP3-Mono

Mas alguns membros do partido pedem a realização do congresso. "É importante que haja congresso, porque é um momento de reflexão da vida do partido", defende Braimo Ossufo, presidente provincial da Liga Juvenil da RENAMO em Nampula.

Mas, pelo menos oficialmente, os jovens da RENAMO desconhecem se vai ou não acontecer o sexto congresso antes próximo ciclo eleitoral, em 2018. "Em termos de detalhe, agora para nós jovens é muito prematuro, porque existe um órgão competente para fazer comentários à cerca desse evento"', acrescentou  Braimo Ossufo.

Autoridade de Dhlakama mantém-se há mais de 20 anos

Sem congresso, o Conselho Político Nacional poderá indicar um candidato presidencial, garante o partido. A RENAMO deverá reconduzir Afonso Dhlakama para disputar as eleições presidenciais, garantiu em Nampula, Maria Angelina Inoque, antiga chefe da bancada parlamentar da RENAMO na Assembleia da República.

Mosambik, Maria Angelina Inoque
Maria Angelina Inoque, ex-chefe da bancada parlamentar da RENAMO na Assembleia da RepúblicaFoto: DW/Sitoi Lutxeque

"Nós queremos ganhar, queremos governar Moçambique, queremos colocar o presidente Afonso Dhlakama a governar e a demonstrar que é possível governar um país", disse Maria Angelina Inoque.

A ex-parlamentar assegurou que a RENAMO está a trabalhar na preparação e a desenhar estratégias para vencer as próximas eleições municipais e presidenciais em 2018 e 2019, respetivamente. "Não estamos a ir para esses escrutínios com o voto vencido, estamos a ir com vitória", assegurou otimista Maria Angelina Inoque.

Afonso Dhlakama, que tradicionalmente se intitula como "o pai da democracia" em Moçambique, tem sido o único candidato da RENAMO às presidenciais desde as primeiras eleições multipartidárias em 1994.

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