RENAMO vai processar Estado por "detenções arbitrárias"
31 de outubro de 2023O candidato da RENAMO na cidade de Maputo, Venâncio Mondlane, anunciou, esta terça-feira (31.10), que vai processar o Estado por "detenções arbitrárias" durante manifestações contra os resultados eleitorais em Maputo, convocando uma nova marcha para quinta-feira (02.11).
"Vamos pedir, em nome destes jovens, indemnização ao próprio Estado. Eles foram privados da sua liberdade, da sua escola, da sua família e dos seus negócios. Houve injúria moral também por um auto que o tribunal considera invalido", declarou à comunicação social Venâncio Mondlane, à porta do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, momentos após a libertação dos 17 jovens detidos desde sexta-feira.
Os manifestantes, sobretudo jovens, foram detidos durante os protestos promovidos pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) para contestar os resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro, um escrutínio em que o principal partido alega ter existido uma "megafraude".
Os manifestantes, entre simpatizantes da RENAMO e comerciantes informais, tentavam seguir pela avenida 24 de Julho, quando a confusão começou, com as autoridades a dispararem gás lacrimogéneo.
Em conferência de imprensa no mesmo dia, a Polícia da República de Moçambique (PRM) justificou a sua resposta e as detenções com a necessidade de manter a "ordem e tranquilidade públicas", referindo que os manifestantes atiraram objetos contundentes e vandalizaram infraestruturas, além de bloquearem rodovias.
Venâncio Mondlane rejeita o argumento da polícia, afirmando que os apoiantes do principal partido de oposição em Moçambique, que estão na rua a protestar há duas semanas, não destruíram qualquer infraestrutura.
"Os jovens da RENAMO, em 15 dias, não destruíram nenhuma infraestrutura", reiterou Venâncio Mondlane, anunciando que a RENAMO vai voltar às ruas, na quinta-feira, para mais uma marcha para celebrar a liberdade deste grupo a partir da Praça da Juventude, nos subúrbios de Maputo.