Ruanda inicia vacinação voluntária contra o ébola
8 de dezembro de 2019"Todos os países das zonas de alto risco, ainda que não atingidos pelo ébola, foram aconselhados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a utilizar uma nova vacina desenvolvida pelo grupo norte-americano Johnson & Johnson", disse a ministra da Saúde do Ruanda, Diane Gashumba, numa conferência de imprensa em Kigali.
Com a iniciativa, o Executivo ruandês espera vacinar 200 mil pessoas em 12 meses nos distritos de Rubavu e Rusizi, a norte e sul do lago Kivu.
A ideia é "proteger aqueles que têm grandes chances de entrar em contato com pessoas que vivem em áreas onde há relatos de que o ébola está ativo", acrescentou a ministra.
A vacina Ad26-ZEBOV-GP é um medicamento experimental produzido pela gigante farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson. Foi usada pela primeira vez em meados de novembro em Goma, na República Democrática do Congo (RDC).
Até agora, não há casos de ébola confirmados no Ruanda.
O epicentro do surto na RDC, que já matou mais de 2.200 pessoas desde agosto de 2018, está localizado 350 km ao norte de Goma, na região das cidades de Beni e Butembo - na fronteira com o Uganda.
Mais de 250.000 pessoas na República Democrática do Congo já foram vacinadas com outro medicamento.
Vacina é bem-vinda
As pessoas que trabalham no setor da saúde, nos postos fronteiriços, os agentes da polícia e os empresários que viajam frequentemente entre os dois países estão a receber prioridade na campanha de vacinação.
Mas todos os residentes nos distritos fronteiriços podem pedir para serem vacinados, se assim o desejarem.
Os primeiros voluntários expressaram apoio à medida.
"Vivemos preocupados por causa do que estava a acontecer na República Democrática do Congo", disse Joel Ntwari Murihe, um dos primeiros ruandeses a ser vacinado, à AFP.
"A vacina é uma garantia para a segurança das nossas vidas e das nossas crianças," acrescentou.
Em agosto, o Ruanda fechou brevemente sua fronteira com a República Democrática do Congo e orientou os seus cidadãos a não visitar o país, quando os primeiros casos de ébola foram registrados em Goma.
A cidade é a capital regional da província congolesa de Kivu do Norte, na fronteira entre os dois países.