Ébola na RDC: Fim à vista?
17 de novembro de 2019O Ministério da Saúde congolês, acompanhado por representantes de várias organizações parceiras, lançou, no final desta semana, mais uma campanha de vacinação que marca a introdução de uma segunda vacina contra a epidemia de ébola no país.
Esta segunda vacina, explica Steve Ahuka, coordenador da resposta ao ébola no país, "complementa a primeira utilizada desde o início da epidemia". A segunda vacina, acrescenta, será introduzida "em áreas onde ainda não houve transmissão [do vírus] como é o caso de Goma, e serve também para ajudar a imunizar um grande número de cidadãos para que, se por acaso o vírus chegar esta zona, não se espalhe como aconteceu em Beni".
Os congoleses residentes nesta zona parecem ter entendido a importância da vacinação. Kambale Kiviri vive em Majengo e afirma que, a seu ver, a "vacina é muito importante". "Entendi que para estar totalmente protegido, caso o Ébola volte, devia vacinar-me. Algumas pessoas dizem que quando somos vacinado, o vírus entra no nosso corpo. Mas eu não tenho medo disso", diz.
Tal como Kambale Kiviri, também Mireille Mwamini acaba de ser vacinada no mesmo centro de Kimuti, em Majengo, no norte de Goma. "Decidi vacinar-me para me proteger contra o Ébola. Sabia que a doença do vírus Ébola é uma epidemia? Não sabemos quando poderá voltar. Então decidi vacinar-me. Estou muito feliz", afirma.
Há cerca de três meses que Goma não regista um novo caso de ébola. No entanto, desde que foi declarada, em agosto de 2018, esta epidemia já causou mais de 2.100 mortos nas províncias de Kivu Norte e Ituri.
Presidente expectante
Os indicativos são positivos. Por isso, durante a sua visita oficial de dois dias à Alemanha, o Presidente congolês Felix Tshisekedi mostrou-se confiante de que o fim desta epidemia está perto.
"Pensamos que, até ao fim do ano, vamos colocar um fim total à doença", afirmou afirmou o chefe de Estado congolês, acrescentando que a epidemia se encontra "erradicada em Kivu-Norte e Kivu-Sul" e que "ainda restam casos em Ituri".
Encontro com Merkel
Esta sexta-feira (15.11), último dia da sua visita a Berlim, capital da Alemanha, Felix Tshisekedi encontrou-se com a chanceler alemã Angela Merkel. Após a reunião, o Presidente congolês assinalou que o seu país está disposto a trabalhar com qualquer país interessado nos recursos naturais da RDCongo, não excluindo a Rússia ou a China.
Na mesma ocasião, Félix Tshisekedi acrescentou que tem uma boa relação com o seu antecessor, Joseph Kabila, assinalando que o papel de este é apenas aconselhar.
Por seu lado, a chanceler alemã elogiou as corajosas reformas de Tshisekedi no país, nomeadamente, a libertação dos presos políticos, e salientou também o facto da RDC ter reativado os laços com o Fundo Monetário Internacional, uma cooperação inexistente desde 2012, altura em que o antecessor de Tshisekedi, Joseph Kabila, se recusou a revelar pormenores sobre transações de mercadorias controversas.
Angela Merkel deixou ainda em aberto um possível apoio da Alemanha aos setores mineiro e energético da RDC.