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Rússia-África: Putin anuncia nova "ordem mundial" e armas

EFE | Lusa
28 de julho de 2023

O Presidente russo, Vladimir Putin, diz que o seu país e o continente africano estão comprometidos com uma nova "ordem mundial multipolar", contra o "neocolonialismo".

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Presidente russo, Vladimir Putin, durante cimeira em São Petersburgo com governantes e diplomatas africanos
Foto: Pavel Bednyakov/POOL/AFP/Getty Images

O Presidente russo anunciou hoje, no último dia da cimeira Rússia-África, em São Petersburgo, que Moscovo e os países do continente estão empenhados em promover uma "ordem mundial multipolar" e em combater o "neocolonialismo". 

"O compromisso de todos os nossos Estados com a formação de uma ordem mundial multipolar justa e democrática [...] foi reafirmado", declarou Vladimir Putin no discurso de encerramento, referindo-se à "determinação comum de lutar contra o neocolonialismo" e as sanções "ilegítimas".

Isolada na cena internacional desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Moscovo organizou a segunda cimeira Rússia/África reunindo este ano delegações de 49 países africanos, incluindo 17 chefes de Estado.

"Reparação dos danos económicos e humanitários"

No final da reunião, foi adotada uma declaração conjunta que prevê o reforço da cooperação nos domínios do abastecimento alimentar, da energia e da ajuda ao desenvolvimento. A declaração apela "à criação de uma ordem mundial multipolar mais justa, equilibrada e sustentável, opondo-se firmemente a qualquer forma de confrontação internacional no continente africano", segundo o texto publicado no portal do Kremlin na Internet.

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O texto sinaliza que Moscovo ajudará os países africanos a "obter a reparação dos danos económicos e humanitários causados pelas políticas coloniais ocidentais", incluindo a "restituição dos bens culturais saqueados". 

Contratos de armamento

Vladimir Putin disse hoje que o seu país assinou contratos de armas com mais de 40 nações africanas durante a sessão plenária da cimeira Rússia-África.

"Para fortalecer a capacidade defensiva dos países do continente, estamos a desenvolver a cooperação nos campos militar e técnico-militar", afirmou Putin diante dos líderes de países como Egito, Congo, Camarões e República Centro-Africana.

2nd Russia-Africa Summit: plenary session
Vladimir Putin a discursar na sessão plenária da cimeira Rússia-ÁfricaFoto: Mikhail Tereshchenko/TASS/dpa/picture alliance

O chefe de Estado russo ressaltou que parte do fornecimento de armas a esses países é feito gratuitamente, já que o objetivo final é garantir sua segurança e soberania: "A Rússia assinou contratos de cooperação técnico-militar com mais de 40 países da África, aos quais fornecemos uma ampla gama de armas e equipamentos de defesa".

Presidente guineense define prioridades

Educação, exploração de recursos naturais e pescas. Estas são as prioridades definidas pelo Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, na cooperação com a Rússia.

"A delegação da Guiné-Bissau veio a São Petersburgo com o seu trabalho de casa feito. Priorizamos linhas de cooperação com a Rússia, claramente em três setores cruciais para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, nomeadamente educação, juventude e desporto, exploração de recursos naturais, em particular os recursos energéticos e a infraestruturação do setor das pescas", disse Sissoco Embaló.

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e homólogo russo, Vladimir Putin
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e homólogo russo, Vladimir PutinFoto: Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/REUTERS

O chefe de Estado guineense discursava no segundo dia da II Cimeira Rússia-África, que decorre em São Petersburgo, sob o lema "Em prol da Paz, Segurança e Desenvolvimento".

Num curto discurso, Umaro Sissoco Embaló salientou também que a "articulação bilateral" com a Rússia fica a "cargo do Governo da Guiné-Bissau".

"Mas também vai depender das instâncias multilaterais decorrentes do Plano de Ação do Fórum de Cooperação Rússia-África a responsabilidade última de explorar todas as potencialidades dos respetivos de cooperação", salientou.

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