Samakuva reeleito apela a "unidade" na UNITA
7 de dezembro de 2015Isaías Samakuva foi reeleito com 949 votos no XII Congresso Ordinário da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). O candidato Paulo Lukamba "Gato" obteve 167 votos. Abílio Kamalata Numa conseguiu apenas 25 votos.
Após a votação, o líder reeleito do partido do Galo Negro apelou à "unidade" para fazer frente aos desafios do futuro, incluindo as eleições gerais anunciadas para agosto de 2017.
"Conto com a inteligência, capacidade e lealdade de Paulo Lukamba 'Gato' para integrar a lista de dirigentes que conduzirá a UNITA à vitória em 2017", afirmou Samakuva, no sábado (05.12). "Conto também com a inteligência e lealdade do camarada Numa para a vitória da UNITA em 2017."
Demonstração de unidade
Ambos os candidatos derrotados prometeram lealdade ao partido.
"Estaremos aqui ao serviço da UNITA e estaremos aqui nas batalhas de 2017", disse o deputado à Assembleia Nacional, Abílio Kamalata Numa. "A UNITA acaba de dar mais uma lição de democracia no país."
Paulo Lukamba "Gato" concordou. Anunciou também que respeita a escolha dos 1.165 delegados oriundos das 18 províncias do país e do estrangeiro:
"Os delegados fizeram a sua opção e eu respeito. Louvo o espírito militante de todos os participantes que permitiu ao nosso partido desenvolver mais um exercício exemplar de democracia. Felicito o vencedor e prometo a minha lealdade e colaboração."
Vitória em 2017?
Isaías Samakuva está à frente do partido desde 2003. Por esse motivo, tem sido acusado por alguns militantes do Galo Negro e outros segmentos da sociedade de estar "agarrado" ao poder, à semelhança do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.
A limitação de mandatos foi um dos temas mais discutidos nas conferências provinciais e nas comissões do congresso da UNITA, que decorreu entre 3 e 5 de dezembro. Segundo o porta-voz do conclave, Rubem Sikato, os delegados decidiram incluir expressamente nos estatutos do partido "o princípio da não limitação de mandatos".
Samakuva, que perdeu as eleições legislativas de 2008 e as gerais de 2012, espera uma reviravolta na política angolana:
"Precisamos apenas de entrar na Cidade Alta", a zona de Luanda onde fica o Palácio Presidencial. Samakuva disse que "quem tem a chave é o povo e o povo diz-nos que tem o seu coração preparado para entregar a chave à UNITA. Mas quer que a UNITA esteja unida e trabalhe unida."