Sissoco promete abordar na ONU fim das sanções aos militares
20 de setembro de 2021"Tenho uma reunião agendada com o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] e também com o presidente do Comité das Sanções, porque é chegada a altura do levantamento das sanções impostas aos militares e até porque alguns já faleceram e, por isso, não faz sentido até hoje manter essas sanções", disse Umaro Sissoco Embaló.
O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, esta segunda-feira (20.09) momentos antes de partir para Nova Iorque, onde vai participar na 76ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O Comité de Sanções da ONU decidiu sancionar 11 oficiais militares guineenses considerados protagonistas do golpe militar de 2012, que afastou no poder o então primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
Militares proibidos de viajar
Os militares estão proibidos de viajar para fora da Guiné-Bissau e ainda tiveram as suas contas bancárias congeladas este ano.
Entre oficiais militares sancionados, destacam-se o antigo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, general António Indjai; o general Mamadu Turé, atual vice-chefe do Estado-Maior; o general Ibraima Papa Camará, antigo chefe de Estado-Maior da Força Aérea e atual presidente do Instituto Nacional da Defesa; o general Estevão Na Mena, inspetor-geral das Forças Armadas, e o brigadeiro-general Daba Na Walna, presidente do Tribunal Superior Militar.
Além de figurar na lista de sancionados, o general António Indjai, atualmente na reserva, é alvo de um mandado de captura internacional, alegadamente, emitido pelos Estados Unidos de América que o acusam de "crimes de narcoterrorismo, conspiração para importar cocaína, conspiração para fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira e conspiração para adquirir e transferir mísseis antiaéreos para os rebeldes de FARC da Colômbia".
Os Estados Unidos da América prometeram uma recompensa de cinco milhões de dólares para quem ajudar na localização e captura do general Indjai.
O Presidente guineense, que já refutou qualquer possibilidade de o general ser capturado ou transferido para os Estados Unidos de América, disse que vai aproveitar a sua estada em Washington para se reunir-se com as autoridades norte-americanas para abordar a situação do general António Indjai.