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Sistema funerário está perto do colapso na África do Sul

Thuso Khumalo
30 de julho de 2020

Aumento do número de mortes devido à pandemia da Covid-19 dificulta que vítimas tenham um funeral digno. Funerárias dizem não ter capacidade para atender a todos os chamados, e cemitérios estão a ficar sem espaço.

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Südafrika Coronavirus - Friedhof
Foto: picture-alliance/dpa/AP/D. Farrell

A África do Sul é o país com o maior número de mortos e infetados pelo novo coronavírus no continente africano. São mais de 471 mil infeções  e 7,2 mil mortes. O país caminha para um colapso no sistema funerário devido à pandemia

Em entrevista à DW África, George Dlodlo, gerente da funerária Phoenix, em Joanesburgo, disse que a situação o setor enfrenta uma crise sem precedentes no país.

"Não somos só nós que estamos sobrecarregados. Todas as outras agências funerárias estão. Os cemitérios estão na sua capacidade máxima. Por vezes chegamos lá e as covas ainda não estão abertas. Outras vezes, não há campas disponíveis. Todos estão subcarregados”, lamenta.

Às dificuldades logísticas junta-se aos atrasos no processamento dos documentos necessários à realização de um funeral. Em alguns casos, os documentos levam até duas semanas para serem liberados. A gerente funerária Mlandeli Madlala diz algumas empresas tiveram de se adaptar e fazer investimentos inesperados para atender a demanda na capital sul-africana.

"Devido à pressão e aos atrasos dos documentos para o funeral, decidimos acrescentar mais uma sala fria aqui na funerária. É um grande desafio”, salienta.

Sistema funerário está perto do colapso na África do Sul

Cenário preocupante

Estima-se que o pico da pandemia venha a ocorrer entre julho e Setembro no país. As autoridades preveem que o número de mortes poderá atingir a barreira dos 50 mil até novembro.

Um estudo recente do Conselho Sul-Africano de Investigação Médica revelou que o número de mortes no país por causa natural também aumentou 60% nos últimos tempos. Entre a primeira semana de maio e meados de julho, o aumento foi de cerca de 17 mil mortes.

Algumas cidades já fizeram saber que estão a ficar sem espaço para sepultar corpos.

No entanto, Pepe Dass, Presidente da Associação Sul Africana de Cemitérios, diz que os governos locais, há muitos anos, são avisados sobre a escassez de espaço para enterros.

"Os desafios são muitos, porque mesmo parecendo que existem muitas terras disponíveis para este fim, a verdade é que estes terrenos devem ter características especificas. A areia tem de dar para ser escavada manualmente”, explica.

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