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São Tomé preocupado com aumento de ataques no Golfo da Guiné

29 de novembro de 2019

São Tomé não é o único país africano preocupado com aumento da pirataria na região, afirma chefe da diplomacia são-tomense à DW. Elsa Pinto diz ainda que Alemanha é parceiro "indiscutível" no desenvolvimento do país.

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Piraterie Bildergalerie
Foto ilustrativaFoto: picture-alliance/dpa

A pirataria, a pesca ilegal e os ataques marítimos que ocorrem no Golfo da Guiné não podem ser vistos apenas como um problema de São Tomé e Príncipe, afirmou, em entrevista à DW África, Elsa Pinto, ministra dos Negócios Estrangeiros do país, que garante que está já em curso um plano de reforma estratégica a nível de toda a região, sob a alçada da Comissão Regional para a África Central.

"Nos dias 16 e 17 [de dezembro] teremos a cimeira dos chefes de Estado, que vai aprovar os acordos e tratados que transformam a nossa subregião. E uma das questões sob a mesa é a da segurança marítima. Portanto, [estamos] a falar de toda a proteção que temos de ter, uma vez que as nossas riquezas estão no mar".

Elsa Pinto, que termina esta sexta-feira (29.11) uma vista a Lisboa, confirma o interesse de potências mundiais na região. E frisa também que a pirataria está a aumentar.

Cooperação internacional

São Tomé e Príncipe preocupado com aumento de ataques no golfo da Guiné

Neste contexto, os mecanismos de parceria estratégica, envolvendo países como Portugal e os Estados Unidos, pretendem prevenir a ocorrência de ataques marítimos com ações concretas. Por exemplo, adianta a ministra são-tomense dos Negócios Estrangeiros, "temos um radar que vale muito como um instrumento, um dispositivo naval, no âmbito daquilo que é a deteção de alvos na zona marítima do nosso país".

Ao nível da subregião, São Tomé e Príncipe, Camarões, Gabão e Guiné Equatorial fazem parte da zona D. Os países, diz Elsa Pinto, têm realizado exercícios conjuntos. "Internamente, também estamos a aprimorar os nossos mecanismos. Temos a cooperação portuguesa com o navio "Zaire" já há algum tempo para treino dos nossos marinheiros. E temos com a cooperação brasileira praa formação dos nossos fuzileiros navais. No fundo, estamos a trabalhar para a segurança marítima, mas também para uma parte que é preciso começar a falar, que é a economia azul", explicou.

Ajuda da Alemanha

Relativamente à atração de investimento estrangeiro e aos projetos estruturantes para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, a chefe da diplomacia são-tomense aponta como beneficiários dois projetos: o Porto de Águas Profundas e a ampliação do Aeroporto Internacional de São Tomé.

Para isso, o país conta com a cooperação alemã: "Penso que chegou a hora de nós revermos a nossa cooperação e poder criar um novo quadro de cooperação bilateral. Só temos a ganhar com isto. É um grande parceiro e São Tomé e Príncipe não pode desperdiçar ou estar distraído quanto à presença da Alemanha no seu rol de relações", diz.

A mesma ministra assegura que o país quer beneficiar da "imprescindível cooperação" com a Alemanha em todos os domínios, com destaque para as áreas da formação, novas tecnologias e infraestruturas, assim como em iniciativas conjuntas no âmbito da concertação político-diplomática.

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