Ucrânia: Scholz apela a cessar-fogo em conversa com Putin
13 de maio de 2022Olaf Scholz e Vladimir Putin discutiram esta sexta-feira (13.05) a situação na Ucrânia, na primeira chamada telefónica em semanas entre os dois líderes. A informação foi confirmada por ambos os Governos.
Vladimir Putin disse ao líder alemão que as negociações de paz sobre o conflito foram "essencialmente bloqueadas" pelo Governo ucraniano, segundo um comunicado do Kremlin.
Putin disse também que Moscovo estava a combater a "ideologia nazi" na Ucrânia.
Apelo de Berlim
O chanceler da Alemanha confirmou que fez um apelo ao Presidente da Rússia, exortando Putin a um cessar-fogo rápido, "dada a gravidade da situação militar e as consequências da guerra na Ucrânia, especialmente em Mariupol", avançou um porta-voz do Governo alemão.
De acordo com o porta-voz, Olaf Scholz disse que o cessar-fogo permitiria "melhorar a situação humanitária e fazer progressos na procura de uma solução diplomática para o conflito".
Numa publicação no Twitter, Olaf Scholz também enfatizou que são "falsas" as declarações do líder russo de que os nazis estão no comando da Ucrânia.
Crise alimentar
Durante o telefonema de 75 minutos, Scholz recordou a responsabilidade da Rússia pela situação alimentar global devido à invasão da Ucrânia, acrescentou o porta-voz.
Antes da invasão, a Ucrânia era vista como o celeiro do mundo, exportando 4,5 milhões de toneladas de produtos agrícolas por mês através dos seus portos - 12% do trigo do planeta, 15% do seu milho e metade do seu óleo de girassol.
Mas com os portos de Odessa, Chornomorsk e outros bloqueados por navios de guerra russos, o abastecimento só pode ser feito por vias terrestres, o que dificulta o processo.
Mais apoio à Ucrânia
Entretanto, os países que formam o G7 voltaram a anunciar apoios à Ucrânia enquanto a União Europeia prometeu aumentar a ajuda militar a Kiev em mais de 500 milhões de euros.
As declarações foram feitas durante uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do Grupo dos Sete (G7), que contou com os seus homólogos da Ucrânia e da Moldávia.
O representante francês, Jean-Yves Le Drian, disse que o G7 está "fortemente unido" na sua vontade de "continuar a longo prazo a apoiar a luta da Ucrânia pela sua soberania até à vitória da Ucrânia".