Unidade antiterrorismo investiga ataque em Paris
25 de setembro de 2020A unidade antiterrorismo de França assumiu a investigação ao ataque em Paris e abriu um inquérito por "tentativa de homicídio relacionado com ato terrorista e organização terrorista criminosa".
Há dois fatores que justificam a abertura de uma investigação por suspeitas de terrorismo, segundo as autoridades francesas: o local e a altura em que o ataque aconteceu.
As duas pessoas foram esfaqueadas em frente às antigas instalações do jornal Charlie Hebdo, que foi alvo de um ataque 'jihadista' em janeiro de 2015, que fez 12 mortos e cinco feridos graves.
O esfaqueamento acontece também numa altura em que os suspeitos do ataque ao jornal estão a ser julgados, desde o início de setembro, na capital francesa.
A polícia já deteve dois suspeitos. "Foi detido o autor principal e um segundo indivíduo está sob custódia policial para que se possa verificar a sua relação com o autor principal", revelou o procurador Rémi Heitz.
Feridos estão fora de perigo
O Governo francês assegura que os dois feridos no ataque não correm risco de vida. O ministro da Saúde, Olivier Véran, solidarizou-se com as famílias das vítimas. "Partilho a dor das famílias das vítimas no ataque de hoje em Paris, dos seus entes queridos, e quero manifestar o meu apoio às forças policiais de Paris e, claro, o meu apoio aos profissionais de saúde que estão a cuidar das vítimas."
O presidente do Conselho Europeu já condenou o ataque em Paris, que classificou como um "ato cobarde de violência". Charles Michel manifestou também "total solidariedade para com o povo francês relativamente a este novo teste" e sublinhou que "o terror não tem lugar na Europa".
Também a equipa do Charlie Hebdo ofereceu o seu "apoio e solidariedade" às "pessoas atingidas por este ataque odioso".
O jornal satírico mudou de instalações depois do ataque a 7 de janeiro de 2015. Recentemente, a publicação voltou a reproduzir caricaturas do profeta muçulmano Maomé, consideradas ofensivas por muitos muçulmanos, e já recebeu novas ameaças.