UNITA avança com queixa-crime contra militantes do MPLA
13 de julho de 2022Os incidentes ocorreram, há duas semanas, no município do Ucuma, província do Huambo, na sequência de uma visita do secretário municipal deste partido a uma das comunas da localidade.
A informação foi transmitida hoje pela secretária provincial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, Navita Ngolo, questionando as motivações de "recorrentes ataques" contra os seus militantes.
Pelo menos quatro motorizadas, afetas à UNITA, terão sido queimadas e uma viatura vandalizada no âmbito de ataques a militantes, atribuídos à ativistas e apoiantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder).
"Identificámos os principais autores, ativistas e militantes do MPLA, e com os respetivos nomes apresentamos esta queixa na terça-feira à PGR aqui no Huambo", disse a secretária provincial da UNITA em entrevista à Lusa.
Dois detidos
"Temos neste momento duas pessoas detidas, inclusive secretário municipal de uma outra área, sete feridos, alguns ainda a receberem tratamento médico no hospital municipal", explicou.
Navita Ngola, que criticou também a "inércia" do comando da polícia no Ucuma em travar o incidente, mesmo após reiterados apelos, referiu que o seu partido tem ainda um processo em curso contra as autoridades da comuna do Mbavi, município da Chicala-Choloanga.
Na comuna do Mbavi, contou, "nossa secretária municipal ao ir apresentar o nosso secretário comunal depois ativistas bem identificados do MPLA também causaram vários transtornos, cortando inclusive as vias de acesso, e tivemos que abortar a operação".
A também deputada da UNITA admitiu ainda que o seu partido deverá impugnar os resultados eleitorais (no âmbito das eleições de 24 de agosto) em duas comunas do município do Londuimbali e em uma comuna do Ucuma e Chicala-Choloanga por insegurança.
"Porque onde não haver segurança, onde não pudermos mandar os nossos delegados de lista, a lei nos protege e não poderemos reconhecer esses resultados e, portanto, impugná-los", rematou Navita Ngolo.