1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Mondlane: Ausência dos protestos "foi uma sentença do povo"

7 de novembro de 2024

Venâncio Mondlane é acusado de hoje ter deixado os apoiantes a mercê da violência policial para se acomodar no exterior. O candidato desvaloriza as acusações, apelidando-as de narrativas de contra-informação sem efeito.

https://p.dw.com/p/4mlFx
Mosambik Venâncio Mondlane RENAMO-Abgeordneter
Foto: R. da Silva/DW

Contrariamente ao que se comprometeu, o candidato presidencial Venâncio Mondlane não esteve a encabeçar os protestos contra a mega fraude eleitoral de 9 de outubro que ele próprio convocou para esta quinta-feira (07.11). Os seu detratores já críticaram a sua ausência nas marchas violentas, mas Mondlane, falando à DW, desvalorizou as reprovações.

"Essas críticas na verdade são uma narrativa feita justamente pelo regime, é feita com uma pergunta retórica: por qué que ele mobiliza as pessoas para irem a rua e ele não está presente? O objetivo disso é tentar desmoralizar e desmobilizar a juventude", acusa.

E Venâncio Mondlane justifica: "Mas o que eles não sabem porque não acompanham, é que a minha decisão de ficar aqui foi uma sentença do povo. O povo decretou que eu não devia sair do lugar onde estava."

Moçambique: Ordem dos Advogados teme "banho de sangue"

"Contra-informação que não vai resultar em nada"

A ausência segurança está no cerne da questão. Em Moçambique, é prática os críticos, ou individuos que constituem uma ameaça ao regime, serem eliminados pelos esquadrões da morte. Venâncio Mondlane entendeu a mensagem com o assassinato, no dia 19 de outubro, dos seus próximos, o advogado Elvino Dias e o mandatário do Podemos, Paul Guambe. 

"Na verdade, eu estou a cumprir uma sentenção do próprio povo que está na rua. Portanto, não podem estar a falar desse povo, porque esse povo soberanamente decidou e que eu ficasse, é só isso", justifica.

Mas Mondlane desvaloriza os efeitos do que considera táticas dos opositores: "O resto são narrativas de contra-propaganda e contra-informação que não vão resultar em absolutamente nada, porque os que estão comprometidos com a luta nem ligam para isso e estão saisfeitos que eu não esteja por perto."

O embrião da luta pela libertação de Moçambique foi lançado no estrangeiro pelos nacionalistas que a poterior se juntaram a FRELIMO. Na altura um movimento, a FRELIMO também usou a Tanzânia como base para sustentar a guerra contra a ocupação colonial portuguesa. Porém, hoje, alguns memsbros usam os mesmos métodos como armas de arremesso.

Polícia dispara contra manifestantes ajoelhados em Maputo

Nádia Issufo
Nádia Issufo Jornalista da DW África
Saltar a secção Mais sobre este tema