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Chuva: Mortos em Moçambique e estado de calamidade no Malawi

Lusa | nn
9 de março de 2019

Pelo menos cinco pessoas morreram arrastadas pelas águas durante o transbordo do rio Rovubue, que divide a cidade de Tete e a vila de Moatize, no centro de Moçambique. No Malawi, foi declarado estado de calamidade.

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Mosambik Überflutung
Foto: picture-alliance/dpa

Há cinco dias que chove torrencialmente no Centro de Moçambique.

Até à tarde de sexta-feira (08.03), seis pessoas estavam  dadas como desaparecidas em consequência das inundações, que galgaram tetos de várias habitações nos bairros Azul, Chingozi, Matema e Benga, na província de Tete, no centro de Moçambique.

"Temos confirmadas cinco vítimas até esta manhã", disse Lina Portugal, secretária permanente da província de Tete, que descreveu o drama das inundações como "severa preocupante".
Um trabalho de levantamento das vítimas prossegue nos locais mais afetados, disse Lina Portugual, adiantando que ainda há casas submersas, apesar do volume das águas tender a baixar nas últimas horas.

Mosambik Überflutung
Centro de Moçambique e Malawi têm sido afetados por fortes chuvas nos últimos diasFoto: picture-alliance/dpa

O transbordo do rio Rovubue, na madrugada de sexta-feira, cortou a ligação rodoviária entre Moçambique e Malawi, deixando vários camionistas de longo curso, quer os que vão ao porto da Beira, quer os que saem para o interior, encurralados nas duas margens.

O rio transbordou em consequência de chuvas fortes a montante e as descargas de 3.000 metros cúbicos de água por segundo da barragem da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), inundando casas e estradas, além de sitiar milhares de moradores nas cidades de Tete e Vila de Moatize, que descrevem a situação de "um total caos".  "Nunca tinha visto algo igual, desde que sou moradora deste bairro há 20 anos" disse à Lusa Madalena Pande, residente em Benga, que escapou às várias horas da fúria das águas no teto da casa.

No início da manhã deste sábado, começaram a chegar vários donativos para as vítimas que estão alojadas em escolas locais.

Cenário caótico no Malawi

O Presidente malauiano, Arthur Peter Mutharika, declarou este sábado (09.03) o estado de calamidade para áreas do país afetadas pelas chuvas e inundações e pediu ajuda para apoio às populações, segundo um comunicado do gabinete de comunicação da presidência. 

"Usando os poderes que as leis do país lhe conferem, sua excelência o Presidente, Arthur Peter Mutharika, declarou o estado de calamidade nas áreas que foram afetadas pelas chuvas intensas e inundações no país", lê-se na nota enviada à imprensa. 

Peter Mutharika wird neuer Präsident von Malawi 31.05.2014
Arthur Peter Mutharika, Presidente do MalawiFoto: AFP/Getty Images

Na sequência da declaração de estado de calamidade na região sul do país, o chefe de Estado também encurtou a sua visita de trabalho à região norte do país e irá deslocar-se ao sul, via Lilongwe, para dar resposta à situação de crise que se vive naquelas áreas, adianta ainda o comunicado.

"O Presidente está muito preocupado com a situação e deu, entretanto, indicações para o Departamento de Gestão de Calamidades, sob tutela do Ministro da Segurança Interna para mobilizar urgentemente meios e coordenar as operações de emergência e apoio a todas as vítimas", acrescenta o texto.

O Presidente deu ainda diretivas às Forças de Defesa do Malaui (MDF, na sigla em inglês) para rapidamente enviarem meios para as zonas afetadas para prestar assistência aos deslocados e às pessoas que estão isoladas por causa das inundações.

No mesmo comunicado, Arthur Peter Mutharika assegura que "tudo fará para garantir os apoios necessários a todos os cidadãos" afetados pelas chuvas e inundações e "apela" a todas as entidades de bem, particulares e organizações locais e internacionais, incluindo as de base religiosa, para que ajudem o Governo do país no socorro e apoio a todos malauianos afetados por aquela calamidade.