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Áustria pede 600 milhões à UE para financiar refugiados

7 de fevereiro de 2016

Segundo o Ministério das Finanças austríaco, a verba se destinaria à manutenção de requerentes de asilo. Críticas ao papel da Comissão Europeia e da Grécia na gestão de crise migratória se acirram.

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Soldados austríacos vigiam fronteira com EslovêniaFoto: picture-alliance/dpa/M. Kanizaj

O ministro das Finanças da Áustria, Hans Jörg Schelling, enviou à Comissão Europeia um requerimento de 600 milhões de euros para cobrir despesas não planejados, associados ao alojamento e manutenção de solicitantes de asilo no país. A informação foi divulgada neste sábado (06/02) por um porta-voz do ministério em Viena.

Em carta endereçada ao presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, e publicada pelo diário austríaco Kurier, Schelling critica a abordagem do órgão executivo da União Europeia em relação ao afluxo de migrantes, muitos dos quais tentam escapar de guerras no Oriente Médio, Ásia e África.

"Em tempos de crise financeira, a Comissão Europeia agiu basicamente como agente dos Estados-membros. No tocante à crise migratória, é mais do que hora de a Comissão retornar a sua função normal como instituição independente, representando o interesse geral da comunidade, e de agir como tal."

Acusações à Grécia – de novo

O requerimento do ministro conservador vem num momento em que tanto a Áustria quanto a Hungria intensificam suas críticas ao papel de Atenas na gestão da onda migratória, em especial na defesa dos limites externos da UE.

Num encontro informal entre os ministros do Exterior dos 28 Estados da UE, neste sábado, em Amsterdã, o chefe da diplomacia húngara, Peter Szijjarto, declarou que "se a Grécia não quer ou não pode proteger o Espaço de Schengen, e não aceita qualquer assistência da UE, então precisamos de uma outra linha de defesa, que é obviamente a Macedônia e a Bulgária".

Seu colega de pasta austríaco, Sebastian Kurz, acrescentou: "Ainda não tenho a impressão de que a Grécia tenha se dado conta da seriedade da situação." O ministro de 29 anos reforçou que será necessário avaliar alternativas, caso os gregos se mostrem incapazes de controlar o número de refugiados deixando seu território em direção a outras nações do bloco europeu.

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300 migrantes mortos no Mar Egeu, só em janeiro de 2015Foto: picture-alliance/dpa/O.Kizil /AA Agency

"Eu digo isso com toda clareza: se não conseguirmos controlar a situação [...], nossa única opção será cooperar com a Eslovênia, Croácia, Sérvia e Macedônia", complementou Kurz na reunião ministerial em Amsterdã.

Em 2015, mais de 800 mil migrantes chegaram à Grécia, extrapolando as capacidades das autoridades de cadastrar aqueles vindos da Turquia pelo Mar Egeu. Segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM), somente em janeiro deste ano mais de 300 pessoas, sendo pelo menos um terço crianças, morreram na tentativa de aportar na Grécia pela Turquia.

AV/rtr/afp/ap