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Queda do Muro

(av)9 de novembro de 2006

Ministro dos Transportes apresentou, no aniversário da queda do Muro, relatório sobre os progressos na reunificação do país. Ele exortou ao combate do desemprego, do radicalismo de direita e do êxodo demográfico.

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Reerguimento do Leste começa a apresentar resultados positivosFoto: dpa ZB-Fotoreport

No dia 9 de novembro de 1989 caía o Muro de Berlim, e menos de 11 meses mais tarde a Alemanha estava reunificada. Porém este ato jurídico formal nada diz sobre a real reintegração do país. Para avaliá-la, é apresentado sempre no dia 9 de novembro, no Parlamento, um relatório anual sobre o atual status da unificação.

O encarregado do governo federal para a reconstrução do Leste, ministro dos Transportes Wolfgang Tiefensee, disse finalmente ver, após longo tempo, sinais positivos de uma recuperação nos novos estados alemães. Dentre estes sinais constariam o crescimento acentuado da produção industrial, do número de empregos de horário integral e das exportações do Leste do país para os novos membros da União Européia.

Segundo Tiefensee, o maior problema continua sendo a enorme taxa de desemprego da região, atualmente de 15,7%, o dobro da do Oeste. "Muitos se encontram há um, dois, três anos afastados do mercado primário de trabalho e não reencontram o acesso à vida profissional normal. Não é apenas uma questão de oferecer trabalho, mas tem algo a ver com o sentido da vida, com dignidade." Ele acrescentou: "Já se conseguiu muito, mas resta muito trabalho a ser feito".

Radicalismo de direita

Wolfgang Tiefensee P178
Ministro Tiefensee: 'Já se fez muito, mas ainda há trabalho pela frente'Foto: dpa

O ministro, também responsável por Obras e Desenvolvimento Urbano, citou ainda outros focos de ação, como o controle do êxodo demográfico e o combate ao radicalismo de direita nos estados do Leste. "Não é possível que, em determinadas áreas, pessoas de cor de pele diferente não se sintam seguras na rua", criticou.

Tiefensee evocou os pogroms anti-semíticos de 9 de novembro de 1938. Ele exortou a uma oposição decidida ao extremismo de direita. Para o político social-democrata, é necessário reforçar o engajamento dos cidadãos.

Elogios e críticas

Oradores das bancadas do governo e da oposição louvaram no Bundestag (câmara baixa do Parlamento) o relatório de Tiefensee como sendo mais honesto do que os de anos anteriores. A maioria concorda que o balanço dos 17 anos de reunificação não seja inteiramente negativo.

O deputado democrata-cristão Arnold Vaatz mencionou o ex-presidente russo Mikhail Gorbatchov e os movimentos civis na Polônia, Hungria e República Tcheca como impulsionadores da revolução pacífica na República Democrática Alemã. Vaatz elogiou ainda a solidariedade dos alemães ocidentais no processo de recuperação do Leste.

Por sua vez, o liberal-democrata Joachim Günther criticou a falta de decisão por parte da coalizão governamental SPD/CDU. Também no Leste as pessoas "aguardam a sacudida que poderia atravessar nosso país", sublinhou o deputado.

O líder do Partido de Esquerda, Lothar Bisky, condenou o fato de o reerguimento do Leste ser, na realidade, "uma expansão ideológica do Oeste". "É preciso uma reviravolta, um recomeço." Sua bancada, entretanto, viu frustrado seu apelo para que pouco a pouco se transfiram todos os ministérios da ex-capital Bonn para Berlim.