Alemanha corre atrás do prejuízo no ramo da TI
31 de março de 2006Em 2004/2005, a Alemanha ocupava o 14º lugar do índice internacional de tecnologia de informação (TI), do Fórum Econômico Mundial. Segundo estudo recente, o país escorregou para a 17ª posíção no ano passado. O Relatório Global de Tecnologia da Informação, que mede o envolvimento da economia de um país na rede global de TI, posicionou países europeus, como Suécia e Islândia, na frente da Alemanha. Os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar.
A notícia incentivou o governo alemão a dedicar atenção ao programa de um ano do Ministério de Educação e Pesquisa, cujo objetivo é promover o setor de TI alemão em 2006. O programa inclui competições escolares que visam a recrutar a nova geração de profissionais do ramo, um grupo em extinção na Alemanha.
Direcionando o setor
O programa "depertará a consciência e o interesse no ramo, que tem problema para se impor", diz Bernhard Rohleder, diretor da Bitkom, Associação Alemã das Empresas de Informação, Telecomunicação e Novas Mídias.
O programa poderia dar o direcionamento necessário à indústria de TI. August Wilhelm Scheer, professor do Instituto de Economia da Informação na Universidade de Saarbrücken, diz que o governo precisa, ao mesmo tempo, soltar as rédeas e dar uma direção ao ramo.
"Em todos os países que conseguiram dar a volta por cima, como a Finlândia, a Irlanda ou a Coréia do Sul, pode-se observar que há um suporte político por detrás do processo, o que impulsiona o ramo das tecnologias de informação", afirma o professor.
O crash do setor na bolsa de valores, em março de 2000, e a escassez de profissionais qualificados fizeram com que os políticos alemães introduzissem um green card especial para a indústria de TI, e o ramo já começa a mostrar sinais de recuperação. No clima generalizado de otimismo econômico, o instituto Ifo, localizado em Munique, publicou na terça-feira (28/03) um índice que mostra o crescimento do número de postos de trabalho no setor.
Um bom primeiro teste
No que diz respeito à tecnologia da informação, a Alemanha pertence ao "grupo de elite", diz Matthias Jarke, diretor do conceituado Instituto Fraunhofer de Tecnologia de Informação Aplicada.
Para provar isso, o país pretende implementar este ano um cartão do seguro de saúde provido de um chip com informações sobre o paciente. É o cartão mais avançado de que se tem conhecimento, e conectará um número estimado de 80 milhões de pacientes com dois milhões de sistemas totalmente diferentes, nos hospitais, consultórios e escritórios das seguradoras.
"Projetos como esses sempre têm um efeito positivo nas exportações", diz Jarke.
Caso dê certo, diga-se de passagem. Afinal, um programa nacional semelhante para criar uma ferramenta de alta tecnologia para pedágios enfrentou grandes dificuldades, antes de ser finalmente introduzido em 2005. Ele era liderado pela Deutsche Telekom e a DaimlerChrysler.