Alemanha critica "pseudo-eleições" na Rússia
17 de março de 2024O governo da Alemanha afirmou neste domingo (17/03) que as "pseudo-eleições" presidenciais na Rússia carecem das características de pleitos democráticos e que o voto nos territórios ucranianos anexados ilegalmente pelo regime de Vladimir Putin não tem validade.
"As pseudo-eleições na Rússia não são livres nem justas, o resultado não surpreende ninguém", escreveu o Ministério das Relações Exteriores alemão em sua conta na rede social X, adotando a mesma linha de opositores e críticos de Putin, que apontam que o pleito, que teve início na sexta-feira e que prosseguia neste domingo, não passa de um jogo de cartas marcadas para tentar dar um verniz de democracia para o regime de Vladimir Putin.
No poder desde 1999, Putin tenta oficializar sua permanência por mais seis anos.
"O governo de Putin é autoritário, baseia-se na censura, na repressão e na violência", acrescentou a diplomacia alemã, que frisou também que as eleições nos territórios ucranianos ilegalmente ocupados pela Rússia são nulas e mais uma violação do direito internacional.
Nos últimos meses, o regime agiu sistematicamente para barrar candidatos da oposição. O Kremlin sob Putin ainda tem um longo histórico de suspeitas de assassinato de criticos e opositores.
Em Berlim, ocorreu hoje um grande protesto perto da embaixada russa, no qual participaram cerca de 800 pessoas, gritando "Vitória para a Ucrânia" e "Rússia livre", além de exibirem um boneco inflável de Putin banhado em sangue.
Paralelamente, por volta do meio-dia, cerca de 2.000 russos formaram uma longa fila em frente à embaixada, incluindo a viúva do falecido líder opositor russo Alexei Navalny, Yulia, para apoiar a campanha de protesto "Meio-dia contra Putin".
Essa campanha é apoiada pelo político liberal exilado Maxim Reznik, que descreveu o pleito organizado pelo Kremlin como "operação eleitoral especial" – em referência ao eufemismo usado por Putin para descrever sua guerra de agressão contra a Ucrânia –, ou uma "eleição sem eleição", uma vez que os candidatos nas cédulas são todos alinhados com o regime.
Essa campanha foi respaldada pelo próprio Navalny antes de morrer na prisão no último mês de fevereiro.
jps (EFE, ots)