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Brasil mais rico

10 de dezembro de 2010

Passados oito anos e uma crise financeira mundial, o crescimento do PIB brasileiro é o maior dos últimos 25 anos. E Guido Mantega avisa: a economia vai continuar em ritmo forte nos próximos anos.

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País está mais ricoFoto: AP

Um dos últimos anúncios que ainda circulam sob a liderança do governo Lula é que a economia brasileira continua crescendo. Mas o presidente se despede do cargo deixando a economia nacional em sua melhor forma: o Brasil registra o maior crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos últimos 25 anos.

Os resultados do terceiro trimestre de 2010 já asseguram ao país uma expansão de pelo menos 7,5% neste ano. O fim da administração Lula está próximo, mas essa não foi a última vez que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comunica os resultados do PIB – ele continuará no cargo no governo de Dilma Rousseff.

Passados oito anos e uma crise econômica mundial, Guido Mantega explica por que o mundo passou a olhar com outros olhos para o Brasil: "Conseguimos modificar o patamar de crescimento da economia brasileira, que crescia a taxas mais modestas no passado, e agora está crescendo a taxas superiores a 5%", respondeu o ministro à Deutsche Welle.

Ao fim do segundo mandato de Lula, o Brasil é a segunda economia que mais cresce no G20, atrás da China. A Índia, no entanto, ainda pode encerrar 2010 em segundo lugar. "A minha avaliação do governo Lula é ótima, já que em 2007 crescemos 6,1%, em 2008 foi 5,8%, em 2009 o índice foi menor por causa crise, e agora acima de 7,5%", comenta Mantega.

Uma olhar sobre a história

O compasso acelerado do início de 2010 diminuiu ao longo do ano. O crescimento do terceiro trimestre em relação ao segundo foi de 0,5%, mas de 8,4% no acumulado dos últimos 12 meses.

Federico Foders, pesquisador da Universidade da Colônia, faz uma referência ao passado para elogiar o presente. "Quando Lula foi eleito houve uma grande fuga de capitais. O mundo pensou: 'ele vai chegar e vai nacionalizar empresas, etc'. Quando ele assumiu, as pessoas perceberam que ele prosseguiria com a política de Fernando Henrique. E depois foi esse desenvolvimento todo que vimos."

Foders relativiza o crescimento brasileiro, lembrando que o país se beneficiou do contexto internacional de expansão econômica nos anos 2000. Mas então veio a severa crise: "O país conseguiu passar por ela, porque não estava profundamente envolvido na crise que começou nos Estados Unidos. O Brasil tinha um sistema financeiro mais independente, por isso continuou crescendo. E não esqueça que a China é o segundo parceiro comercial do Brasil, o que ajudou muito."

Para o ministro Mantega, os resultados do PIB em 2010 mandam uma mensagem à comunidade internacional: "O resultado desse terceiro trimestre mostra que o Brasil se tornou uma economia dinâmica que tende a estar entre as economias que mais vão crescer nos próximos anos. É bom ressaltar que esse crescimento é sustentável para os próximos anos, porque se dá mantendo as inflações sob controle e com a redução do déficit público brasileiro."

Longe do olho do furacão

Agora que Guido Mantega sabe que estará à frente da pasta no governo Dilma, ele se sente mais à vontade para falar em metas e estimativas para o próximo ano – crescimento de 5% do PIB em 2011.

Enquanto que na Europa há um grande esforço para sanar a crise do euro, Mantega avisa: "Não há bolha na economia brasileira, ao contrário do que acontece em outras economias. Na Bolsa de Valores, os índices permanecem estáveis ao redor de 70 mil pontos. Também não há nenhuma bolha no mercado imobiliário. O volume de crédito no mercado representa menos de 4% do PIB."

Para o pesquisador alemão da Universidade de Colônia, o sucesso da economia brasileira se deve ao seu rápido ajuste às mudanças que aconteceram na economia mundial. "E a principal mudança é que, os antigos líderes que sempre decidiam tudo e puxavam o crescimento, como Estados Unidos, Japão, Europa, não são mais os líderes. Na Europa, só a Alemanha está indo bem, ou outros estão indo mal. Olhe para a França, Espanha, Reino Unido...", diz Federico Foders.

Segundo Foders, os mercados emergentes devem continuar puxando o ritmo em 2011. "E enquanto isso acontecer, o Brasil terá boas oportunidades de participar dessa bonança", finaliza o pesquisador.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Carlos Albuquerque