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Após protestos, Portugal suspende aumento de contribuição social

23 de setembro de 2012

Sob pressão de manifestações em todo o país, governo português recua quanto ao seu plano de reajuste de 11% para 18% da Taxa Social Única. Decisão, porém, pode ameaçar acordos que garantiram pacote de ajuda ao país.

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Foto: AP

Enquanto milhares de pessoas protestavam diante do Palácio de Belém, sede da presidência portuguesa, o presidente Aníbal Cavaco Silva e o Conselho português de Estado (órgão político de consulta) chegavam a um acordo sobre a chamada Taxa Social Única (TSU).

Após oito horas de negociações, os conselheiros anunciaram que o governo prometeu estudar alternativas para o já anunciado aumento das contribuições sociais.

Em outras palavras, o governo português não vai implementar as novas e polêmicas medidas de austeridade no país diante de tamanha impopularidade. As medidas haviam sido anunciadas há duas semanas e atendem a compromissos assumidos pelo governo de Portugal com os países europeus ao receber o pacote de ajuda financeira.

Muita indignação

Ainda de acordo com o Conselho, o governo pretende se reunir o mais rapidamente possível com empregadores e sindicatos, a fim de discutir saídas. Lisboa havia anunciado um reajuste na contribuição do seguro social único de 11% para 18% para os trabalhadores e, na expectativa de criar novas vagas de emprego, um corte de 23,75% para 18% para os empregadores.

Isso vem gerando uma série de protestos indignados da população há dias. A oposição socialista já ameaça não mais apoiar o rumo adotado pelo governo para lutar contra a crise econômica.

Presidente Cavaco Silva reunido com o Conselho de Estado
Presidente Cavaco Silva reunido com o Conselho de EstadoFoto: Getty Images

Mais tempo

Altamente endividado, Portugal vem dependendo das parcelas da ajuda financeira repassadas pelos países-membros da zona do euro e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2011 o país tomou 78 bilhões de euros emprestados.

Em contrapartida, Portugal se viu obrigado a adotar drásticas medidas de contenção de gastos e reformas. Desde então a economia está debilitada e as taxas de desemprego chegaram a 15%. Credores de Portugal concederam ao país um ano a mais para conseguir sanear suas contas públicas.

MSB/afp/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque