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Principais notícias sobre a pandemia de coronavírus (17/06)

18 de junho de 2020

Brasil tem 32 mil casos e 1.269 mortes em 24 horas. OMS diz que país caminha para estabilização e precisa redobrar cautela. Alemanha tem centenas de novos casos em frigorífico.

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Mulher de máscara
Mundo tem mais de 8,1 milhões de casos de covid-19 confirmados e 443 mil mortes Foto: picture-alliance/dpa/F. May

Resumo desta quarta-feira (17/06):

  • Mundo tem mais de 8,2 milhões de casos, 446 mil mortes e 4 milhões de recuperados
  • Brasil tem 955.377 casos, 46.510 óbitos e 463.474 recuperados, segundo Ministério da Saúde
  • Brasil caminha para estabilização e precisa redobrar cautela, diz OMS
  • Alemanha mantém medidas de distanciamento para evitar segunda onda
  • Centenas de novos casos em frigorífico alemão
  • Empresa alemã testará vacina contra coronavírus em pessoas
  • OMS saúda resultados da dexametasona e interrompe testes com hidroxicloroquina
  • Nova Zelândia encarrega Exército de controlar fronteiras após casos importados

Transmissão encerrada. As atualizações estão no horário de Brasília:

21:00 - Líder indígena Paulo Paiakan morre vítima da covid-19

O cacique Paulo Paiakan, um dos mais importantes líderes indígenas da década de 1980, morreu nesta quarta-feira em decorrência da covid-19, segundo confirmou a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Ele esteve hospitalizado por vários dias em Belém do Pará.

Ao lado de Raoni Metuktire, Paulinho Paiakan foi um dos principais nomes da luta indígena contra a construção da Belo Monte, usina hidrelétrica construída no coração da Floresta Amazônica.

Paiakan também foi um dos principais líderes do Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, que em 1989 reuniu povos indígenas de várias etnias e artistas internacionais, como o cantor Sting, na cidade de Altamira, para discutir medidas contra a construção da Belo Monte, no papel desde 1975.

Mas a vida do chefe, da etnia kaiapó, também foi pontuada por várias controvérsias. Em 1998, ele foi condenado a seis anos de prisão, acusado de ter estuprado um estudante em 1992 com a ajuda de sua esposa, Irekra.

A pandemia do novo coronavírus espalhou-se em várias aldeias indígenas do país e causou cerca de 100 mortes, enquanto deixou mais de 3 mil infectados, segundo o último relatório da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Várias organizações alertaram para o risco de um etnocídio, caso a covid-19 continue avançando pelo interior da Amazônia, juntamente com o aumento de invasores de terras e chegar a comunidades isoladas.

20:00 - Brasil caminha para estabilização e precisa redobrar cautela, diz OMS

A epidemia de covid-19 no Brasil apresenta sinais de estabilização, com um menor crescimento de novos casos diários, mas ainda é precoce concluir se a doença já atingiu o seu pico no país, afirmou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).  

"O crescimento não é tão exponencial como era anteriormente. Há alguns indícios de que a situação se estabilizou, mas vimos em outros países que, após alguma estabilização, os casos podem aumentar novamente", alertou o diretor do programa de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan.

Segundo o especialista, "é um momento para ser extremamente cauteloso e continuar com o foco em medidas de distanciamento físico, higiene e redução de eventos de massas".

Nesse sentido, Ryan pediu especial apoio aos grupos mais vulneráveis, como as minorias indígenas ou pessoas que vivem em favelas e em outras áreas pobres, onde o distanciamento social e as medidas de higiene são mais difíceis de aplicar.

O diretor disse ainda que o Brasil, segundo país com mais mortos e infectados pela covid-19 no mundo, é uma nação "com uma longa história" de combate a doenças epidêmicas, e que "pode controlar a doença com sucesso" se permanecer unido.

19:20 - Brasil tem 32 mil casos e 1.269 mortes em 24 horas

O Brasil registrou 32.188 novos casos confirmados de coronavírus e 1.269 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira.

O total de casos no país chega agora a 955.377, e as mortes somam 46.510. O Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos. Ao todo, 463.474 pessoas infectadas se recuperaram, segundo a pasta da Saúde.

São Paulo é o estado mais atingido pela epidemia no país, com 191.517 casos e 11.521 mortes. O Rio de Janeiro vem em seguida, com 86.963 infecções e 8.138 óbitos – é a maior taxa de letalidade do país, de 9,4%. O Ceará, em terceiro, tem 84.967 casos e 5.282 mortes.

18:40 - OMS interrompe testes com hidroxicloroquina no tratamento da covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira que decidiu interromper os experimentos com hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, após evidências apontarem que o fármaco não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença.

A decisão da OMS diz respeito aos ensaios clínicos do estudo Solidarity, patrocinado pela entidade internacional e realizado em mais de 400 hospitais em dezenas de países do mundo em busca de possíveis tratamentos.

Em coletiva de imprensa, a médica Ana Maria Henao Restrepo, do programa de emergência em saúde da OMS, disse que a decisão se baseou em evidências encontradas nos próprios experimentos Solidarity e também no ensaio clínico Recovery, realizado no Reino Unido.

"As evidências desses grandes estudos sugerem que a hidroxicloroquina, quando comparada com o padrão de tratamento em pacientes hospitalizados, não resulta na redução da mortalidade desses pacientes", afirmou. "Com base nessa análise e na revisão das evidências publicadas, foi decidido que o braço da hidroxicloroquina será interrompido no estudo Solidarity."

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17:00 - O que promete a dexametasona?

Apesar de celebrado como "divisor de águas na luta contra covid-19", falta revisão em estudo britânico sobre esteroide que reduz mortalidade entre pacientes em estado grave. Especialistas alemães defendem cautela.

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15:00 - Alemanha mantém medidas de distanciamento para evitar segunda onda

Líderes dos 16 estados alemães e do governo federal se reuniram nesta quarta-feira para debater medidas de contenção contra o coronavírus, e decidiram manter a cautela no relaxamento das restrições, que deverá seguir lento e gradual, anunciou a chanceler federal Angela Merkel.

Em sua primeira reunião presencial desde 12 de março, os governadores e a chefe de governo concordaram em manter, por período indeterminado, as políticas que determinam o distanciamento social de 1,5 metro em espaços públicos, bem como o uso de máscaras faciais no transporte público e em lojas e supermercados.

"Enquanto não houver vacina, precisamos continuar a conviver com a pandemia", afirmou Merkel em coletiva de imprensa após a reunião com os líderes estaduais.

Segundo a chanceler federal, as medidas de distanciamento, higiene e proteção se provaram eficientes e devem continuar. Ela observou que surtos de infecção foram registrados em localidades onde as medidas de distanciamento não foram cumpridas.

As escolas e creches do país devem retomar suas atividades normalmente após as férias de verão, desde que os números de infecção continuem a diminuir até lá. Grandes eventos públicos, por outro lado, seguem proibidos até o fim de outubro, a fim de evitar uma segunda onda de infecções no país.

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12:35 - Empresa alemã testará vacina contra coronavírus em pessoas

As autoridades alemãs deram nesta quarta-feira (17/06) seu aval para que a empresa CureVac inicie testes em seres humanos de sua potencial vacina contra o novo coronavírus.

A autoridade federal responsável por regular vacinas e medicamentos, o Instituto Paul Ehrlich, autorizou testes com o medicamento em voluntários saudáveis. Isso significa que, na avaliação das autoridades alemãs, os testes realizados em animais foram tão bem-sucedidos que a fase um de testes clínicos se justifica. Segundo o Instituto Paul Ehrlich, esta é a 11ª autorização do gênero no mundo.

Os primeiros testes em seres humanos deverão começar ainda neste mês de junho, e os primeiros resultados deverão estar prontos no segundo semestre de 2020. Se tudo correr bem, a vacina poderá estar pronta no início de 2021.

Se as fases um e dois dos testes, nas quais basta um número reduzido de voluntários, forem bem-sucedidas, a CureVac passará para a fase três, com milhares de voluntários. Essa fase é atualmente muito difícil de ser executada na Alemanha por causa do baixo número de novas infecções. Por isso, a CureVac comunicou já estar em contato com centros de pesquisa na África e no Brasil.

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10:56 - 400 novos casos em frigorífico alemão

Centenas de trabalhadores do frigorífico Tönnies, na cidade alemã de Rheda-Wiedenbrück, testaram positivo para o novo coronavírus desde o início da semana, noticiaram os jornais locais Westfalen-Blatt e Neue Westfälische.

Há mais de 400 novos casos na empresa, e as pessoas infectadas trabalham no abate de porcos, afirmaram os jornais. Os resultados de outros 500 testes ainda não estão prontos.

Os casos de coronavírus em frigoríficos alemães geraram um debate sobre as condições de trabalho nesses locais e também sobre a qualidade da carne produzida. O governo alemão quer impor regras mais rígidas ao setor. Os sindicatos criticaram a terceirização do abate pelos frigoríficos.

O distrito de Gütersloh, do qual Rheda-Wiedenbrück faz parte, fechou todas as suas escolas e creches para evitar que o surto se espalhe.

08:20 - Nova Zelândia encarrega Exército de controlar fronteiras após casos de covid-19 importados

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, encarregou nesta quarta-feira (17/06) o Exército pela vigilância nas fronteiras, depois de terem sido detectados novos casos de covid-19 no arquipélago.

"Creio que precisamos do rigor, da confiança e da disciplina que o Exército pode fornecer", declarou, um dia depois de terem sido identificados dois casos da doença causada pelo novo coronavírus, após 24 dias sem novas infecções. 

Na terça-feira, as autoridades neozelandesas anunciaram que duas mulheres chegadas do Reino Unido no dia 7 de junho deixaram prematuramente a quarentena num hotel em Auckland sem serem testadas, apesar de apresentarem sintomas ligeiros de covid-19. 

As duas já foram localizadas e diagnosticadas como portadoras do novo coronavírus Sars-Cov-2, responsável pela doença.

Ardern considerou "totalmente absurdo" e uma "falha inaceitável" que as duas não tivessem sido testadas antes e afirmou que os controles fronteiriços precisam ser reforçados para garantir que a situação não se repita. "Isso nunca deveria ter acontecido e não pode se repetir."

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06:12 - OMS saúda resultados de tratamento com dexametasona

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou que a utilização do esteroide dexametasona, que reduziu significativamente a mortalidade em pacientes seriamente afetados pelo novo coronavírus,é um avanço científico na luta contra a pandemia de covid-19.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que se trata do primeiro tratamento comprovado que reduz a mortalidade em pacientes que apenas conseguem respirar com o uso de respiradores.

"São boas notícias e congratulo o governo britânico, a Universidade de Oxford e os muitos hospitais e pacientes no Reino Unido que contribuíram para esse avanço científico capaz de salvar vidas", acrescentou.

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Resumo desta terça-feira (16/06):

  • Nova Zelândia volta a registrar casos após 24 dias sem novas infecções
  • Pequim decreta "estado de guerra" para conter novo surto de covid-19
  • Alemanha lança aplicativo de rastreamento
  • Parlamento da Hungria aprova fim do estado de emergência
  • Dexametasona salva vidas em casos graves, diz estudo

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