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Atentado acirra tensão entre israelenses e palestinos

9 de junho de 2016

Onda de violência dos últimos oito meses atinge um dos pontos altos, com ataque no coração de Tel Aviv. Netanyahu promete resposta dura, suspende concessões de Ramadã aos palestinos e envia mais soldados à Cisjordânia.

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Equipes de resgate socorrem vítimas após o atentado num restaurante de Tel Aviv
Equipes de resgate socorrem vítimas após o atentado num restaurante de Tel AvivFoto: Getty Images/AFP/G. Markowicz

Israel reagiu com firmeza nesta quinta-feira (09/06) após o ataque perpetrado na véspera por dois atiradores palestinos, que deixaram quatro mortos em Tel Aviv. As autoridades anunciaram a suspensão de permissões de entrada para muçulmanos palestinos durante o mês sagrado do Ramadã, e o envio de dois batalhões, com centenas de soldados, para a Cisjordânia.

A medida, juntamente com o anúncio de novas ações repressivas por parte de Israel, deverá aumentar ainda mais as tensões após o atentado, um dos mais graves da onda de violência dos últimos oito meses na região.

A polícia informou que um dos terroristas foi preso e que o outro está recebendo cuidados médicos após ter sido baleado no tiroteio, que feriu outras cinco pessoas. As autoridades não divulgaram maiores detalhes sobre as vítimas.

O ataque ocorreu num complexo de bares e restaurantes localizado numa rua próxima ao Ministério israelense da Defesa e a quartéis do Exército, quando os dois homens armados abriram fogo contra os clientes. A polícia informou que os terroristas eram dois primos que viviam na região de Hebron, na Cisjordânia.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitou o local após se reunir com autoridades do país, incluindo o novo ministro da Defesa, o ultranacionalista Avigdor Lieberman.

"Discutimos uma série de medidas ofensivas e defensivas que tomaremos para reagir a esse fenômeno", afirmou Netanyahu, citado pelo seu gabinete. "Haverá ações intensivas da polícia, Exército e outros serviços de segurança, não apenas para prender os cúmplices deste assassinato, mas também para evitar futuros incidentes."

Mais de 80 mil afetados por restrição

"Todas as permissões para o Ramadã, especialmente para as visitas de famílias da Judeia e Samaria a Israel, estão congeladas", afirmou em comunicado a Cogat, a unidade do Ministério da Defesa que trata de assuntos civis na Cisjordânia ocupada. Os israelenses costumam se referir à região utilizando os termos Judeia e Samaria.

Segundo a Cogat, cerca de 83 mil pessoas serão afetadas pelas suspensões, além de centenas de residentes da Faixa de Gaza. As concessões também foram suspensas para 204 parentes dos autores dos ataques desta quarta-feira.

Milhares de palestinos visitam a mesquita Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do islã, durante as semanas do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, que começou no último domingo.

Nos últimos oito meses, atentados palestinos mataram 31 israelenses e dois turistas americanos. Já as ações das forças de segurança israelenses deixaram pelo menos 196 palestinos mortos, 134 deles, segundo o governo Netanyahu, eram agressores. Os outros foram mortos em confrontos e protestos.

RC/afp/ots