Automóveis e máquinas são locomotiva das exportações alemãs
18 de fevereiro de 2005A Alemanha deve continuar sendo o maior exportador do mundo em 2005. É o que indicam dados comparativos dos setores automobilístico, eletroeletrônico, químico, de máquinas, tecnologia da informação e comunicação de 52 países, divulgados esta semana em Colônia pela Agência Alemã de Comércio Exterior (BFAI).
A previsão é de que as exportações alemãs crescerão entre 6 e 7% em comparação a 2004, quando atingiram um volume de 730 bilhões de euros e proporcionaram um superávit recorde de 160 bilhões de euros na balança comercial. "Para os setores eletroeletrônico e de tecnologias da informação e comunicação, esperamos um aumento das exportações superior a 10%", diz o diretor da BFAI, Gerd Herx.
Qualidade "Made in Germany"
Segundo a agência, a indústria automobilística deve ter um crescimento modesto, de 3 a 5%, nas vendas externas. No entanto, junto o setor de máquinas, fortemente ancorado em empresas de médio porte e com um volume de exportações da ordem de 120 bilhões de euros, continua sendo o carro-chefe do comércio exterior alemão.
"Made in Germany ainda é um argumento de venda", diz o presidente da Confederação Alemã dos Construtores de Máquinas e Equipamentos (VDMA), Dieter Brucklacher. Só as exportações de turbinas, máquinas para a construção e tecnologia de mineração aumentaram 40% no ano passado.
Em 2004, o setor de máquinas teve uma produção de 136 bilhões de euros e suas exportações cresceram 10%. "Esperamos poder quebrar esse recorde neste ano", diz Brucklacher. E ele sabe do que fala: com seis mil funcionários, a maior parte dos 570 milhões de euros que sua empresa faturou no ano passado veio das vendas ao exterior.
China ultrapassa França nas importações
Segundo a VDMA, com 865 mil postos de trabalho, o setor de máquinas e equipamentos é líder na geração de empregos na indústria alemã e exporta 70% da sua produção. O maior importador nessa área são os Estados Unidos. A BFAI estima que, em 2005, só a China deve importar máquinas alemãs no valor de 85 bilhões de euros (contra 21 bilhões em 2004), passando ao segundo lugar atualmente ocupado pela França.
O mercado asiático e o Oriente Médio estão se tornando cada vez mais importantes para os exportadores alemães. Além da China, a BFAI constata um aumento de 20 a 30% das encomendas vindas da Índia, do Vietnã, Taiwan, Argélia, Irã, Argélia, Emirados Árabes e Líbia.
"Os países árabes, que faturaram cerca de 200 bilhões de dólares em 2004 só com a venda de petróleo, estão com os caixas cheios, o que abre perspectivas para a compra de automóveis e máquinas alemãs", diz o diretor da Agência Alemã de Comércio Exterior, Gerd Herx.
Novos membros da UE
Importantes destinos para produtos alemães continuam sendo também os países do Leste Europeu que acabam de ingressar na União Européia. "Um amplo programa de privatizações na Romênia, por exemplo, deve abrir novas chances para investimentos alemães no setor petroquímico e energético", prevê Herx.
Segundo a VDMA, no momento a indústria mecânica trabalha a todo vapor, tem uma farta carteira de pedidos e, se tudo correr bem, a produção deve aumentar mais 3% em 2005. Mesmo assim, duas coisas preocupam o presidente da entidade, Dieter Brucklacher: "A pirataria de produtos alemães, sobretudo pelos chineses, já causa prejuízos anuais de aproximadamente quatro bilhões de euros ao setor. Além disso, se a Alemanha não investir mais, sua infra-estrutura industrial envelhece e o país corre o risco de perder o trem dos avanços tecnológicos".