Saúde
21 de agosto de 2007Anúncio
Depois de sofrer por 14 anos consecutivos sob os efeitos da esclerose múltipla, a alemã Claudia H., programadora de software de 51 anos, recebeu uma permissão oficial para comprar maconha “em gotas” na farmácia. A partir do fim deste mês de agosto, ela deverá poder comprar seu medicamento à base da cannabis sativa durante um ano, a fim de minimizar as dores acarretadas pela doença.
A notícia, veiculada inicialmente pelo diário Süddeutsche Zeitung, foi confirmada à emissora de televisão SWR por Johannes Lutz, do Departamento Nacional de Entorpecentes. Lutz acentua que a permissão vai depender de cada caso e que o acompanhamento médico do uso da substância é imprescindível. Cada pedido deverá ser analisado “com cuidado, mas também com benevolência”, observa o especialista.
Até maio de 2005, todos os pedidos oficiais entregues ao departamento haviam sido rejeitados, com exceção do uso destinado a pesquisas científicas e de “interesse público”. O argumento usado pela paciente do sul da Alemanha para convencer as autoridades foi exatamente este: o de que a saúde de cada paciente seria também "de interesse público".
“Haxixe no cofre”
Segundo o Süddeutsche Zeitung, em artigo intitulado “haxixe no cofre”, há cada vez mais estudos apontando os efeitos analgésicos e tranquilizantes da cannabis, principalmente nos pacientes que sofrem de esclerose múltipla, além do fato de a substância ser útil na prevenção da perda de peso em pacientes que sofrem de Aids ou câncer, por estimular o apetite.
Como a maconha continua sendo ilegal na Alemanha, os médicos só estão aptos a prescrever o medicamento Dronabinol, agente sinteticamente fabricado. Os custos, porém, não são cobertos pelas seguradoras, como é de praxe na Alemanha no caso de medicamentos prescritos, sob o argumento de que a substância não foi oficialmente liberada para o consumo no país. Uma embalagem com 60 cápsulas do Dronabinol pode custar até 1700 euros.
Ilegalidade
Especialistas em defesa do uso legal da substância apontam para o fato de que muitos pacientes acabam optando pela compra ilegal da cannabis no mercado negro. Mesmo que o porte de pequenas quantidades de maconha ou haxixe – até 30 gramas, dependendo do estado da federação – seja tolerado, muitos desses pacientes prefeririam comprar a substância na farmácia.
A própria Claudia H., do estado de Baden-Württenberg, que acaba de receber a permissão para adquirir oficialmente o Dronabinol nas farmácias, afirma ter “arranjado maconha” para fins terapêuticos anteriormente. “Fiz isso com total apoio da minha médica. Duas a três vezes por semana, faço um chá das flores secas da maconha à noite para amenizar as dores fortes que sinto”, conta a paciente ao jornal alemão. (sv)
A notícia, veiculada inicialmente pelo diário Süddeutsche Zeitung, foi confirmada à emissora de televisão SWR por Johannes Lutz, do Departamento Nacional de Entorpecentes. Lutz acentua que a permissão vai depender de cada caso e que o acompanhamento médico do uso da substância é imprescindível. Cada pedido deverá ser analisado “com cuidado, mas também com benevolência”, observa o especialista.
Até maio de 2005, todos os pedidos oficiais entregues ao departamento haviam sido rejeitados, com exceção do uso destinado a pesquisas científicas e de “interesse público”. O argumento usado pela paciente do sul da Alemanha para convencer as autoridades foi exatamente este: o de que a saúde de cada paciente seria também "de interesse público".
“Haxixe no cofre”
Segundo o Süddeutsche Zeitung, em artigo intitulado “haxixe no cofre”, há cada vez mais estudos apontando os efeitos analgésicos e tranquilizantes da cannabis, principalmente nos pacientes que sofrem de esclerose múltipla, além do fato de a substância ser útil na prevenção da perda de peso em pacientes que sofrem de Aids ou câncer, por estimular o apetite.
Como a maconha continua sendo ilegal na Alemanha, os médicos só estão aptos a prescrever o medicamento Dronabinol, agente sinteticamente fabricado. Os custos, porém, não são cobertos pelas seguradoras, como é de praxe na Alemanha no caso de medicamentos prescritos, sob o argumento de que a substância não foi oficialmente liberada para o consumo no país. Uma embalagem com 60 cápsulas do Dronabinol pode custar até 1700 euros.
Ilegalidade
Especialistas em defesa do uso legal da substância apontam para o fato de que muitos pacientes acabam optando pela compra ilegal da cannabis no mercado negro. Mesmo que o porte de pequenas quantidades de maconha ou haxixe – até 30 gramas, dependendo do estado da federação – seja tolerado, muitos desses pacientes prefeririam comprar a substância na farmácia.
A própria Claudia H., do estado de Baden-Württenberg, que acaba de receber a permissão para adquirir oficialmente o Dronabinol nas farmácias, afirma ter “arranjado maconha” para fins terapêuticos anteriormente. “Fiz isso com total apoio da minha médica. Duas a três vezes por semana, faço um chá das flores secas da maconha à noite para amenizar as dores fortes que sinto”, conta a paciente ao jornal alemão. (sv)
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