Balão chinês seria parte de "amplo programa de espionagem"
10 de fevereiro de 2023O balão "espião" chinês, abatido há poucos dias enquanto sobrevoava o espaço aéreo dos Estados Unidos, estava equipado para detectar e coletar sinais de inteligência e seria parte de um amplo programa de espionagem que atingiria mais de 40 países, informou o governo americano nesta quinta-feira (09/02).
Os balões, que seriam operados sob a direção do Exército de Libertação Popular da China, são equipados com materiais de alta tecnologia capazes de colher informações sensíveis de alvos ao redor do globo. Objetos semelhantes já sobrevoaram países nos cinco continentes, afirmam os americanos.
Uma autoridade do departamento de Estado dos EUA diz que o balão abatido por um caça americano "tinha claramente o propósito de espionagem de inteligência e é inconsistente com equipamentos a bordo de balões meteorológicos".
O objeto, segundo essa autoridade, "possuía múltiplas antenas para cobrir um raio capaz de coletar e geolocalizar comunicações". Os detalhes sobre o balão divulgados pelo governo americano teriam como objetivo anular as persistentes declarações chinesas de que se trataria de um balão meteorológico.
Washington informou que imagens do balão obtidas por aviões de espionagem americanos U-2 sugerem que o objeto seria "capaz de coletar sinais de inteligência".
O secretário-assistente de Defesa para a região do Indo-Pacífico, Jedidiah Royal, disse em audiência no Senado americano que os militares tem "uma boa ideia" sobre quais dados a China esperava obter.
"Irresponsabilidade" americana
A Câmara dos Representantes em Washington votou por unanimidade para condenar a China pelo que chamou de "flagrante violação" da soberania americana e pelos esforços para "enganar a comunidade internacional através de alegações falsas sobre sua campanha de coleta de inteligência".
Em Pequim, o porta-voz do Ministério chinês do Exterior, Mao Ning, manteve sua alegação de que se tratava de um balão meteorológico, e que os EUA tiveram uma reação "exagerada".
Ele chamou as acusações americanas de "irresponsáveis" e de serem parte de uma "guerra de informação" promovida pelos americanos contra a China.
rc (AFP, AP, dpa, Reuters)