Berlim realiza parada por legalização da maconha
8 de agosto de 2015Milhares se reuniram neste sábado (08/08) em Berlim numa passeata pela legalização da cânabis na Alemanha, em todas as suas formas. A concentração começou no fim da tarde, diante da estação ferroviária central, reunindo cerca de 5 mil pessoas. Como indicava o odor inconfundível no ar, a presença policial não impediu que alguns consumissem pública e demonstrativamente a polêmica planta.
Com número crescente de participantes, portando cartazes, fantasias e adereços criativos, como folhas e "baseados" gigantescos, a manifestação vai pela noite adentro, encerrando-se com um programa cultural diante da Porta de Brandemburgo. Barracas na área apresentam numerosos produtos fabricados com a Cannabis sativa, inclusive pratos culinários e bebidas.
A Hanfparade (Parada da Maconha) vem se realizando no mês de agosto desde 1997. Seus organizadores defendem que a cânabis seja liberada na Alemanha como matéria prima, medicamento e droga recreativa. Como anunciaram na convocação à passeata, eles consideram a persecução penal como o pior efeito colateral do consumo de seus derivados como o haxixe e a marijuana.
Verdes a favor, conservadores nem pensar
Em sua 19ª edição, a Hanfparade conta com apoio político do Partido Verde, em nível federal e estadual. O chefe da bancada verde em Berlim, Daniel Wesener,manifestou num tweet: "Mais do que hora de legalizar!" Para a deputada federal Lisa Paus, a política de proibição da cânabis como "totalmente fracassada".
A também verde subprefeita do bairro berlinense de Friedrichshain-Kreuzberg, Monika Herrmann, discursará no fim da manifestação. Em junho requereu a adoção de um modelo experimental, segundo o qual a cânabis seria vendida em seu bairro a consumidores registrados, sobre controle estatal.
Por sua vez, a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel, é irredutivelmente contra. O vice-presidente da legenda, Thomas Strobl, declarou ao jornal berlinense Tagesspiegel que a legalização seria "um sinal fundamentalmente errado no combate às drogas, dificultando consideravelmente o trabalho dos encarregados".
Para Strobl, a marijuana é e permanece uma "droga de entrada". "Não podemos transmitir a impressão de que seja algo permitido, que se pode simplesmente experimentar." "Mantemos o nosso 'não'", enfatizou.
AV/epd/dpa