Brasil inaugura mais um estádio, mas cinco seguem em obras
22 de janeiro de 2014Na presença da presidente Dilma Rousseff, do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, foi inaugurada nesta quarta-feira (22/01), em Natal, a Arena das Dunas, sétimo dos 12 estádios da Copa de 2014 a ficar pronto.
Todos os estádios deveriam ter sido entregues no fim de dezembro do ano passado. Os atrasos já causaram mal-estar e preocupam governo e Fifa. Entre os casos mais preocupantes, estão a Arena da Amazônia (Manaus) – que ainda não tem data da inauguração oficial – e a Arena da Baixada (Curitiba), que ameaça ficar fora da Copa, como já deixou claro Valcke.
Correndo contra o tempo, três estádios têm entrega prevista para os próximos meses: o Beira Rio, em Porto Alegre; o Itaquerão, em São Paulo; e a Arena Pantanal, em Cuiabá. Nesta quinta-feira (23/01), Dilma se encontra com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, na Suíça – e o andamento das obras a menos de cinco meses da Copa deve ser tema.
Manifestação
Durante a inauguração da arena em Natal, um protesto na porta do estádio reuniu centenas de pessoas à espera de Dilma e da governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini. Os manifestantes levaram uma boneca gigante da presidente brasileira. Algumas pistas de ruas do entorno chegaram a ser fechadas.
O estádio, que tem capacidade para receber até 42 mil torcedores, será usado pela primeira vez no dia 26 de janeiro, em dois jogos com os principais times do estado: América x Confiança-SE (pela Copa Nordeste) e ABC x Alecrim (pelo campeonato estadual). As obras duraram dois anos e cinco meses a contar da demolição do antigo estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, conhecido como “Machadão”, inaugurado em 1972.
Durante a Copa, a arena vai receber quatro jogos: México x Camarões (13/06); Gana x Estados Unidos (16/06); Japão x Grécia (19/06); e Itália x Uruguai (24/06). Uma parceria entre os times ABC e América de Natal e a concessionária Arena das Dunas vai administrar o espaço nos próximos 20 anos. A ideia é que o estádio seja um espaço multiuso, apto a receber feiras, shows e outros eventos.
Inspeção
Na primeira visita técnica aos estádios ainda em finalização, representantes da Fifa e da organização do Mundial viajam pelo país desde a última segunda-feira (20/01). A Arena Corinthians (Itaquerão), em São Paulo, foi a primeira parada do tour de Valcke.
As obras no estádio estão 97% concluídas, e a previsão é de que o estádio seja entregue até o dia 15 de abril. Após a data, o Corinthians pretende realizar pelo menos três tipos diferentes de eventos-teste na nova arena.
O secretário-geral da Fifa disse estar satisfeito com o andamento das obras na arena, que será o palco da abertura da Copa e de outras cinco partidas. Em novembro do ano passado, um acidente no estádio matou dois operários e atrasou o calendário em pelo menos três meses.
“Tivemos uma reunião muito produtiva pela manhã quando discutimos sobre essa partida e as outras que acontecerão aqui. Essa é a data em que provavelmente estaríamos com o estádio pronto se não fosse o terrível acidente. Desde o primeiro momento entramos em contato com a sede para dar nosso apoio e estamos felizes com o que vimos hoje”, disse.
Ele também destacou o número de ingressos vendidos, 10 milhões, para o Mundial: “Nós nunca recebemos tantos pedidos para uma Copa do Mundo. Isso mostra a atração que esse país tem. Todos querem vir aqui."
A visita reuniu integrantes da Fifa, do Comitê Organizador Local, do governo federal e de representantes estaduais e municipais. Antes, Valcke participou de uma reunião com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, com a presença do governo do Estado.
Em seguida, o grupo seguiu para a Arena Pantanal, em Cuiabá, onde ainda estão sendo feitos acabamentos da cobertura, na pavimentação externa, na estrutura de tecnologia da informação e instalação das cadeiras. A previsão é que tudo esteja concluído no final de fevereiro.
Últimos ajustes
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza e Brasília já foram entregues e já passaram por testes e visitas técnicas específicas, para análise de questões de logística.
Nesta quarta-feira (22/01), por exemplo, o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, recebeu a última inspeção. Chris Unger, chefe do Departamento de Operações da Copa, disse que agora não há espaço para “desculpas”. “Temos que entregar um estádio de alta qualidade aqui em Brasília”, afirmou.
Indagado sobre problemas de vazamento na cobertura do estádio – que é o mais caro de todos da Copa –, o gerente-geral de Integração Operacional do COL, Tiago Paes, disse que essa falha não causa preocupação. “A vantagem de o estádio estar pronto é podermos verificar esses pequenos problemas”, avaliou.
Os responsáveis pela obra garantiram que as alterações que ainda serão feitas no estádio – como estruturas temporárias de cozinha e espaço para jornalistas – não significarão aumento nos custos.
O estádio Nacional de Brasília receberá sete jogos, incluindo o confronto entre Brasil e Camarões, no dia 23 de junho. O estádio também será palco de uma partida das quartas de final (06/07) e da decisão pelo terceiro lugar (12/07).