Cessar-fogo no leste da Ucrânia entra em vigor
14 de fevereiro de 2015Poucas horas antes do inicio do cessar-fogo no leste da Ucrânia, ocorreram ataques violentos em duas cidades da região controladas pelo governo de Kiev.
Segundo o chefe da polícia de Debaltsevo, os separatistas pró-russos realizaram bombardeios intensos no local, na manhã deste sábado (14/02). "Os rebeldes estão destruindo a cidade. Há bombardeios ininterruptos em áreas residenciais e edifícios. A cidade está em chamas", afirmou o encarregado de segurança, através de uma rede social, acrescentando que mísseis atingiram a sede da polícia.
Nos últimos dias, Debaltsevo – nó ferroviário estratégico localizado entre os bastiões separatistas de Donetsk e Lugansk – tem sido alvo de violentos combates, que levaram milhares de civis a abandonarem o local.
As autoridades ucranianas também registraram ataques de artilharia em áreas próximas à cidade portuária de Mariupol. Ela é um alvo estratégico para os separatistas pró-Moscou, que visariam criar um corredor entre o território russo e a península da Crimeia, anexada pela Rússia há 11 meses.
Os ataques antecedem o início da trégua entre os rebeldes e o governo de Kiev, estabelecida no acordo Minsk II, após uma maratona de negociações entre os líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França. As hostilidades devem se encerrar à 00h00 deste domingo (hora local).
G7 ameaça punir violações do acordo
Os líderes do G7, o grupo formado pelo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, ameaçaram punir aqueles que não observarem o cessar-fogo na região.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o grupo expressou sua preocupação com o aumento da violência antes do pacto entrar em vigor: "Todas as partes envolvidas devem suspender atividades que possam obstruir o início do cessar-fogo nos próximos dias." O grupo alerta, ainda, que milícias separatistas apoiadas por Moscou operam fora dos limites estipulados, "causando inúmeras mortes de civis".
"O G7 está de prontidão para adotar medidas adequadas contra aqueles que violarem o acordo de Minsk [...] em particular contra os que não observarem o cessar-fogo e a retirada de armamentos pesados".
RC/afp/ap/dw