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Clinton alerta contra negligência no combate à aids

28 de julho de 2018

Luta contra a doença não pode arrefecer sob risco de consequências calamitosas, afirma ex-presidente americano. Leste Europeu e Ásia Central registraram aumento de novas infecções por HIV nos últimos anos.

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Bill Clinton
"Cerca de 35 pessoas vão morrer durante o período em que eu estiver aqui, falando", exemplificou ClintonFoto: AFP/Getty Images

O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton afirmou nesta sexta-feira (27/07) que a luta contra a aids não pode arrefecer, pois as consequências podem ser "calamitosas".

Em discurso no encerramento da Conferência Internacional de Aids, em Amsterdã, Clinton disse que uma combinação de complacência, em alguns lugares, e hostilidade a esforços internacionais conjuntos, em outros, pode levar autoridades e abandonar a luta contra o HIV.

Em 2017, cerca de 940 mil pessoas morrreram em decorrência da aids, e 1,8 milhão foi contaminada pelo HIV, segundo números das Nações Unidas. A estimativa é de que 37 milhões de pessoas tenham o vírus da aids em todo o mundo.

"Cerca de 35 pessoas vão morrer durante o período em que eu estiver aqui, falando", exemplificou Clinton. As Nações Unidas perseguem a ambiciosa meta de acabar com a epidemia até 2030.

Mesmo décadas de pesquisas não conseguiram resultar numa vacina ou na cura da doença, que matou mais de 35 milhões de pessoas desde o início da epidemia, nos anos 1980.

Antes de Clinton, vários oradores alertaram para o risco de se perder o controle sobre a epidemia, pois infecções estão aumentando em cerca de 50 países, sobretudo na Rússia e no Leste Europeu.

Desde 2010, o Leste Europeu e a Ásia Central registraram um aumento de 30% nos novos casos de HIV. Pesquisadores culparam leis repressivas que, por exemplo, impedem usuários de drogas intravenosas de terem acesso a agulhas limpas.

A discriminação contra homossexuais também contribui para a disseminação da doença, afirmaram ativistas, incluindo o cantor britânico Elton John, que participou da conferência. "Se não houvesse esse sectarismo e esse ódio a doença podia ser erradicada muito mais rapidamente do que se possa imaginar", disse.

Cientistas disseram que a cura da aids ou uma vacina contra a doença continuam sendo uma meta distante. Porém, os avanços da pesquisa científica fizeram com que os afetados pela doença possam levar uma vida longa, desde que tenham acesso a medicamentos antirretrovirais.

Durante cinco dias, desde segunda-feira, milhares de especialistas, pesquisadores, ativistas e portadores do vírus participam da conferência em Amsterdã, numa altura em que um relaxamento na prevenção, combinado com cortes no financiamento internacional, faz temer um recrudescimento da epidemia.

AS/afp/dpa/lusa

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