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Coalizão é considerada "grande chance" para a Alemanha

(rw)12 de novembro de 2005

Oposição e social-democratas atingem consenso sobre programa do futuro governo. Alemães vão pagar mais impostos. Assinatura do acordo será dia 18 de novembro e eleição de Merkel, no dia 22.

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Merkel (meio), Müntefering (esq) e Stoiber apresentaram o acordo com as bases para a coalizãoFoto: AP

A União Democrata Cristã (CDU), da próxima chanceler alemã, Angela Merkel, a União Social Cristã (CSU) e o Partido Social Democrata (SPD), do atual chanceler Gerhard Schröder, apresentaram o programa de governo conjunto neste sábado (12/11).

Merkel, que deve assumir a Chancelaria Federal no próximo dia 22, disse que o acordo foi "aprovado por unanimidade" pelos participantes nas negociações. É a segunda vez na história da Alemanha que o país será governado por uma coalizão dos dois partidos com as maiores bancadas no Parlamento.

Der gedruckte Koalitionsvertrag zwischen SPD und Union liegt am Samstag, 12. November 2005 in Berlin vor einer Pressekonferenz der Parteifuehrer von SPD und Union zum Ergebnis der Koaltionsverhandlun
O acordo estipula as bases dos próximos quatro anos de governoFoto: dpa

"Os partidos (CDU/CSU e SPD) querem reconquistar a confiança da população e mostrar que podem fazer o país avançar", disse Merkel, ao apresentar os resultados de quatro semanas de negociações. "O acordo oferece a chance para superarmos a crise ecômica. As reformas serão levadas adiante", acrescentou.

Ela apresentou o acordo ao lado do ainda presidente do Partido Social Democrata (SPD), Franz Müntefering; o provável sucessor deste, Matthias Platzeck; e o líder da União Social Cristã (CSU), Edmund Stoiber.

Orçamento não será constitucional

O documento formalizando o acordo tem mais de 130 páginas e será discutido nos congressos do SPD, CDU e CSU na próxima segunda-feira. A assinatura do documento está prevista para sexta-feira, 18 de novembro. "Podíamos ter fugido da realidade, mas decidimos assumi-la", disse Merkel defendendo o acordo.

Ela admitiu que o orçamento federal para 2006 não será constitucional, pois o endividamento será superior aos investimentos. Mas o futuro governo promete equilibrar o orçamento em 2007. Segundo Merkel, essa é a primeira vez que um governo admite de antemão que não cumprirá a Constituição, o que revela sua "vontade de realizar uma política honesta".

Principais pontos polêmicos

Die designierte Bundeskanzlerin Angela Merkel unterrichtet am Freitag, 11. November 2005 vor der CDU Zentrale in Berlin ueber die abgeschlossenen Koalitionsverhandlungen
Angela Merkel, chefe de governo designadaFoto: AP

Basicamente, o governo terá que cobrir um rombo orçamentário de 40 bilhões de euros, o que, segundo a chanceler federal designada, será conseguido mediante a economia, o corte de subvenções e vantagens fiscais e o aumento do Imposto sobre o Valor Agregado de 16% para 19%, entre outras medidas.

Sobre o controvertido "imposto para ricos", foi decidido que a tributação de rendimentos anuais superiores a 250 mil euros (solteiros) ou 500 mil euros (casados) vai aumentar de 42% para 45%. Em relação ao tempo de trabalho, o futuro governo objetiva um aumento gradual da idade da aposentadoria, a partir de 2012, para 67 anos de idade em 2035. Quem, no entanto, tiver contribuído por 45 anos, poderá aposentar-se aos 65 anos, como agora.

Müntefering declarou que foi "um passo difícil" formar uma coalizão entre duas forças políticas que foram adversárias durante décadas, mas lembrou que foi a "única opção", levando em conta os resultados das eleições parlamentares de 18 de setembro último.

Com relação ao aumento de alguns tributos fiscais, como a polêmica alta do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), assegurou: "O que fazemos não é para diminuir o poder aquisitivo, mas para proteger os cofres do Estado".

Dois pontos em que não houve consenso e que cujo debate foi protelado para decisão posterior foram o fechamento das usinas nucleares e a reforma no sistema de saúde.