Colônia se prepara para manifestações pró e contra Erdogan
30 de julho de 2016Milhares de apoiadores do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, participarão neste domingo (31/07) de uma manifestação na cidade de Colônia, na Alemanha. A polícia alemã calcula que até 30 mil pessoas, a maioria turcos e descendentes que vivem no país, estarão presentes.
A manifestação foi convocada por uma associação ligada ao partido islâmico AKP, de Erdogan, para expressar solidariedade com o presidente após a fracassada tentativa de golde de Estado.
O próprio Erdogan pretendia participar do protesto por meio de uma mensagem de vídeo, a ser exibida ao vivo num telão, mas a Justiça alemã proibiu a transmissão. Diante da proibição, os organizadores decidiram levar o caso até a corte constitucional. O ministro turco do Esporte, porém, estará em Colônia para participar do protesto.
Associações contrárias a Erdogan convocaram ao menos quatro manifestações para a mesma hora na cidade. Entre elas estão desde partidos de extrema direita, como o Pro NRW, até associações de jovens do partido social-democrata (SPD), do Partido Verde, dos liberais e de A Esquerda, além de associações antifascistas.
Diante desse cenário, a polícia elevou de 2.400 para 2.700 policiais o contingente que fará a segurança das várias manifestações, que ocorrerão de forma paralela na cidade renana. A polícia descartou cancelar os eventos por questões de segurança.
O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, declarou ao jornal Süddeutsche Zeitung que tensões internas da Turquia não devem ser transferidas para a Alemanha, e que pessoas com opiniões diferentes não devem ser intimidadas. "Não vamos permitir isso", afirmou.
O chefe da bancada parlamentar da União Democrata Cristã (CDU)/União Social Cristã (CSU), Volker Kauder, declarou ao diário Passauer Neue Presse que espera que os participantes respeitem a lei e disse ser contra a proibição dos protestos. "Manifestações fazem parte da nossa democracia", afirmou.
Nesta sexta-feira, Erdogan acusou a Alemanha e a Áustria de desrespeitar a liberdade de opinião, afirmando que os turcos que vivem nesses países não podem protestar nem mesmo hastear a bandeira turca diante de suas casas.
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