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6 de janeiro de 2009Os primeiros dias de 2009 testemunharam uma série de ataques de piratas na costa da Somália, mas a missão antipirataria Atalanta, da União Europeia, bem como as ações dos Estados Unidos, da China, da Índia, da Malásia, da Turquia e da Rússia têm evitado várias tentativas de sequestro.
O Escritório Marítimo Internacional (IMB), em Kuala Lumpur, confirmou cinco ataques este ano. O primeiro foi no Ano Novo, quando um helicóptero do Exército da Malásia ajudou marinheiros indianos a evitar um ataque de piratas fortemente armados que tentavam sequestrar um petroleiro.
O segundo foi poucas horas depois, quando piratas capturaram um cargueiro egípcio. Algumas horas depois foi a vez de um cargueiro grego ser atacado, mas o capitão conseguiu escapar, disse Noel Choong, chefe do IMB em Kuala Lampur.
No dia 2, ao menos cinco piratas atacaram um navio-tanque alemão, disparando contra os 21 integrantes da tripulação. "O capitão acelerou e, com a ajuda de outras manobras, conseguiu escapar", disse Chong à agência de notícias France Press.
O quinto incidente foi com um navio grego, que foi salvo do ataque dos piratas pela ação de um helicóptero espanhol.
Piratas capturados
Outros casos ainda não foram confirmados pelo IMB. A marinha da Dinamarca divulgou que um dos seus navios de guerra protegeu um cargueiro das Antilhas Holandesas na semana passada e recolheu cinco piratas que haviam se jogado ao mar. O governo da Dinamarca ainda não tomou uma decisão sobre o destino dos prisioneiros, que são mantidos a bordo do navio que os capturou.
Também na semana passada, forças francesas entregaram oito piratas para as autoridades da Somália. Eles foram capturados durante um ataque a um cargueiro panamenho. No domingo, mais dois ataques a cargueiros foram evitados, resultando na detenção de mais 19 piratas. Segundo o governo francês, eles também serão entregues às autoridades somalis.
A França tem sido particularmente ativa na luta contra a pirataria nas regiões que ligam a Europa à Ásia. Desde abril passado, forças francesas capturaram 29 piratas.
O que fazer com os piratas?
Alguns deles estão na França, aguardando julgamento. Mas os piratas capturados na última sexta-feira foram enviados para prisões em Puntland – uma região semiautônoma que se tornou a base para os milionários negócios ilegais dos piratas.
Para alguns analistas, levar os piratas à Puntland é uma atitude inócua, já que as autoridades seriam cúmplices da pirataria. Mas as autoridades de Puntland negam qualquer envolvimento e lembram que mantêm 96 piratas na prisão.
"Há um acordo diplomático segundo o qual as autoridades somalis são obrigadas a julgar e punir os piratas", disse Christophe Prazuck, porta-voz das Forças Armadas francesas.
Os governos de alguns países levantam um outro problema: caso os piratas sejam conduzidos a prisões nos territórios desses países, estarão sujeitos à extradição para a Somália, onde a pirataria é punida com a pena de morte.