Começa em Berlim corrida pelo Urso de Ouro
8 de fevereiro de 2013Começa nesta sexta-feira (08/02) a corrida ao Urso de Ouro no 63° Festival de Cinema de Berlim – Berlinale. Na cerimônia de abertura, na noite da véspera, não faltaram estrelas. Nem o toque de polêmica peculiar ao mais político dos grandes eventos mundiais dedicados à sétima arte.
As atrizes Jane Fonda, Isabella Rossellini e os diretores Wim Wenders e Tom Tykwer eram algumas das personalidades presentes na gala. Em seu discurso, o ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, foi muito aplaudido pelos cerca de 1.600 convidados no Berlinale Palast, ao apelar para que o governo do Irã permita que o diretor Jafar Panahi venha a Berlim.
Filme inaugural não empolga
O cineasta chinês Wong Kar Wai, presidente do júri deste ano, afirmou que vai liderar os jurados com disciplina. "Todos devem estar na hora certa", garantiu. Exibido hors concours, seu drama de artes marciaisThe Grandmaster fechou a noite. Da comissão julgadora também fazem parte o ator Tim Robbins e o diretor alemão Andreas Dresen.
A nova obra de Kar Wai foi recebida sem muito entusiasmo. "Não é ruim", avaliou o ator alemão Burghart Klaussner, "Wong é um grande impressionista". Alguns espectadores elogiaram os atores e a qualidade das imagens. Outros reclamaram de um excesso de músicas, e afirmaram não terem sido "tocados" pela obra. A produção é inspirada na vida do lendário Ip Man, o mentor de Bruce Lee.
Como é tradição na Berlinale, muitas obras abordam questões políticas, como confisco de terras, opressão feminina ou um sacerdote homossexual. O filme Pardé é um drama absurdo sobre dois atores e um diretor, realizado pelo iraniano Jafar Panahi, perseguido em seu país nativo, onde é proibido de trabalhar.
Contra intolerância e fanatismo
Em seu discurso, o ministro Neumann pediu a Teerã que permita a presença de Panahi em Berlim. O político alemão destacou que, com 400 mil espectadores, a Berlinale é o maior festival do mundo em volume de público, e que o lema do evento é "Viva a diferença".
Ele apontou, ainda, "intolerância e fanatismo" como causas de conflitos no mundo, como em Mali e na Síria. O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, destacou a importância da retrospectiva especial deste ano, Weimar Touch, dedicada à influência do cinema de República da Weimar sobre o cinema internacional depois de 1933. E expressou seu apoio ao diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, cujo trabalho diz considerar "danado de bom".
Até 17 de fevereiro, 404 filmes serão exibidos, quatro a mais do que no ano passado, 19 dos quais concorrem ao Urso de Ouro. A Alemanha está envolvida em cinco obras da competição, mas apenas Gold é oficialmente considerada uma produção alemã.
MD/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente