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Comissão adia divulgação de resultados de eleições egípcias

21 de junho de 2012

Ao contrário do previsto, o nome do futuro presidente do Egito não será divulgado nesta quinta-feira pela comissão eleitoral no país. Mubarak continua em coma, enquanto Irmandade Muçulmana protesta nas ruas.

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Foto: dapd

Ambos os candidatos à presidência do Egito afirmam ter vencido as eleições no país, enquanto o ex-presidente Hosni Mubarak está à beira da morte. Tudo indica que a comissão eleitoral pretende adiar o anúncio do nome do vencedor, a fim de evitar tumultos no país. O resultado não será apresentado nesta quinta-feira (21/06), nem foi divulgada qualquer data para o anúncio.

"Não podemos dizer quando os números serão publicados, porque continuamos na fase de audições", afirmou Hatem Bagato, secretário-geral da comissão, em referência às respectivas reclamações dos candidatos. Diante das intensas acusações de fraudes e manipulação das urnas, os membros da comissão afirmam necessitar de mais tempo para tomar uma decisão. A comissão recebeu um total de 400 queixas de fraudes no processo eleitoral. Em alguns distritos eleitorais, o número de votos era maior que o número de eleitores que compareceram às urnas, de acordo com as denúncias.

Dois vencedores

Um dia depois do segundo turno das eleições, realizadas no último domingo (17/06), o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, declarou ter vencido o pleito. Segundo seu partido, Morsi ficou com 52% dos votos.

No entanto, a equipe de seu adversário, Ahmed Shafik, se opõe a esta afirmação, afirmando que os 51,5% dos votos garantem a vitória do ex-general das Forças Aéreas e ex-chefe de governo da era Mubarak. Muito egípcios veem Shafik, de 70 anos, como representante do antigo regime.

Tensão nas ruas

O Egito encontra-se numa crise política desde que o Tribunal Constitucional declarou, na semana passada, a lei eleitoral do país como inválida, anulando desta forma as eleições. A seguir, o Conselho Militar Superior, interinamente no governo, declarou a dissolução do Parlamento, que é por sua vez dominado pelos islâmicos, até que sejam realizadas novas eleições no país. O controle sobre a legislação, bem como sobre questões orçamentárias, além do direito de veto e a redação de uma nova Constituição permanecem a cargo do Conselho Militar.

Hosni Mubarak
Hosni MubarakFoto: picture-alliance/dpa

No momento, aumentam as tensões entre as duas alas políticas no país. Milhares de simpatizantes da Irmandade Muçulmana protestaram na Praça Tahrir na madrugada desta quinta-feira contra a liderança dos militares, que assumiu grande poder neste período de transição política, reduzindo com isso o leque de ação do presidente.

"Isso vai trazer ainda mais tensão para o povo", disse Nader Omran, porta-voz da Irmandade Muçulmana à emissora britância BBC. Membros do partido anunciaram que pretendem permanecer na Praça Tahrir, símbolo da revolução do país e do fim do regime Mubarak, até que os resultados das eleições sejam anunciados.

Ainda em coma?

Consta que o estado de saúde de Mubarak tenha se estabilizado, com uma melhora das funções vitais e do funcionamento cardíaco. Forças de segurança afirmam que o ex-presidente não está sendo mantido vivo à custa de aparelhos. Ele encontra-se sob os cuidados de uma equipe de 15 médicos. A agência de notícias Mena havia noticiado a morte clínica de Mubarak, em consequência de uma acidente vascular cardíaco.

SV/afp/rtr/dapd
Revisão: Carlos Albuquerque