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Confrontos voltam a abalar capital do Sudão do Sul

11 de julho de 2016

Tropas leais ao presidente Salva Kiir e as fiéis ao vice Riek Machar entram novamente em conflito em Juba. Segundo ONU, milhares estão em fuga. Imprensa local fala em 270 mortos. Cessar-fogo é ordenado.

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Foto: Getty Images/AFP/S. Bol

Combates violentos acompanhados de explosões voltaram a abalar a capital do Sudão do Sul, Juba, nesta segunda-feira (11/07). Tropas leais ao presidente do país africano, Salva Kiir, e as fiéis ao vice-presidente e líder opositor, Riek Machar, entraram novamente em confronto perto de uma base da missão da ONU para o Sudão do Sul (UNMISS), denunciaram as Nações Unidas.

Os confrontos – os primeiros entre o Exército e ex-rebeldes em Juba desde que o líder rebelde Machar regressou para ocupar o cargo de vice-presidente num governo de união, em abril – eclodiram na sexta-feira passada, quando 150 soldados foram mortos durante uma breve, mas intensa troca de tiros.

A violência se intensificou nesta segunda-feira. Segundo a agência de notícias Reuters, uma testemunha viu dois helicópteros atirando em direção do quartel-general de Machar. Moradores relataram a presença de tanques nas ruas.

No final da tarde, Kiir ordenou um cessar-fogo imediato, anunciou o ministro da Informação, Michael Makuei, na televisão estatal.

Segundo o gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU naquele país, cerca de 10 mil pessoas fugiram da violência que eclodiu na capital. A imprensa local noticiou 270 mortos. O aeroporto de Juba está fechado, e os Estados Unidos ordenaram que todo seu pessoal não essencial deixasse o país.

Medo de nova guerra civil

A ONU manifestou profunda preocupação com os episódios de violência dos últimos dias, que causaram a morte de centenas de pessoas e geraram receio de que o país mergulhe numa nova guerra civil em seu quinto ano de independência.

O Conselho de Segurança da ONU pediu, neste domingo, que o presidente e seu vice "façam de tudo para controlar suas respectivas forças e que cessem urgentemente os combates e evitem a expansão da violência."

Também neste domingo, a UNMISS havia pedido às partes conflitantes para parar os ataques perto de suas instalações, onde centenas de pessoas estão refugiadas após o novo surto de violência que ameaça a frágil paz no país.

Não se sabe ao certo quantas pessoas morreram nos confrontos de domingo, que aconteceram um dia depois de o Sudão do Sul celebrar o seu quinto aniversário de existência. O retorno da violência fez renascer o medo de uma nova guerra civil, como a que eclodiu no final de 2013, principalmente entre os grupos étnicos dinka, do qual faz parte Kiir, e os nuer, ao qual pertence Machar.

O conflito causou milhares de mortes, expulsou mais de 2,5 milhões de pessoas de suas casas e deixou quase 11 milhões sem comida. A produção de petróleo, principal fonte de receita do governo, despencou.

CA/lusa/afp/efe/rtr