Dezenas de mortes em novos naufrágios no Mar Egeu
31 de outubro de 2015Ao menos 17 crianças morreram afogadas em consequência de três naufrágios de embarcações que partiram da Turquia rumo à Grécia, anunciaram autoridades gregas nesta sexta-feira (30/10). Nove adultos também perderam suas vidas, no que é a mais recente tragédia envolvendo migrantes desafiando o Mar do Mediterrâneo em busca de asilo na Europa.
Os naufrágios ocorreram nas imediações das ilhas gregas de Calímnos e Lesbos, localizadas no Mar Egeu. A maioria dos afogamentos ocorreu perto da ilha de Calímnos, onde 138 foram resgatados, mas 22 pessoas morreram, sendo dez das vítimas crianças e três ainda bebês. Já o terceiro naufrágio, perto da ilha de Lesbos, resultou na morte de mais quatro crianças.
As guardas costeiras de Grécia e Turquia ainda não suspenderam as buscas por sobreviventes. Ao menos 50 migrantes morreram afogados tentando chegar à Europa em barcos provenientes da costa turca, nesta semana.
Também nesta sexta-feira, a guarda costeira da Espanha cancelou as buscas por 35 migrantes desaparecidos no Mar mediterrâneo, depois que um barco naufragou entre a costa espanhola e o Marrocos. "A busca terminou e não será retomada", disse uma porta-voz da guarda costeira, que resgatou 15 migrantes e recuperou quatro corpos em meio a restos do barco, no dia anterior.
Tsipras critica falta de vontade coletiva da Europa
Em meio às notícias de novas mortes de migrantes, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse eu Parlamento grego estar envergonhado pela falta de vontade coletiva da Europa.
"Sinto-me envergonhado como um membro desta liderança europeia, tanto pela incapacidade da Europa em lidar com este drama humano como com o nível de debate das lideranças, que só pensam em passar a bola um para o outro", disse Tsipras.
O premiê da Grécia, país mais afetado pela crise migratória, afirmou que o país não está pedindo dinheiro para fazer o seu dever. "A Grécia está em crise. Somos um povo pobre, mas mantivemos nossos valores e nossa humanidade, e não estamos reivindicando um único euro para fazer o nosso dever para com pessoas que estão morrendo em nosso quintal", afirmou Tsipras.
PV/ap/rtr/afp