Estrangeiros conquistaram o futebol alemão
12 de agosto de 2003Na primeira edição do Campeonato Alemão, há 40 anos, havia apenas três jogadores estrangeiros: um austríaco, um holandês e um iugoslavo. Na última temporada (2002/2003), 150 estrangeiros ostentavam a camisa dos clubes alemães.
O craque iugoslavo Petar Radenkovic, atacante do 1860 Munique, foi o primeiro de uma série de cem profissionais iugoslavos que fizeram carreira na Alemanha.
Na década de 70, os maiores craques foram o holandês Willi Lippens (Rot-Weiss Essen) e o austríaco Hans Ettmayer (Stuttgart). Mas a primeira grande estrela internacional do futebol alemão foi mesmo o atacante inglês Kevin Keegan, que jogou no Hamburgo. Foi eleito craque europeu em 1978 e 1979.
Brasileiros na Bundesliga
Com a contratação de Tita, em 1987, começou a era dos craques brasileiros. Três jogadores que atuavam em clubes alemães compunham o elenco da seleção que conquistou o tetra nos Estados Unidos, em 1974: o capitão Dunga (Suttgart), o lateral direito Jorginho (Bayern de Munique) e o meia-atacante Paulo Sérgio (Bayer Leverkusen).
A vinda de brasileiros tornou-se possível depois que foram suprimidas as restrições a jogadores estrangeiros não só na Alemanha, como em toda a Europa.
No dia 15 de dezembro de 1995, o Tribunal da União Européia deu ganho de causa ao jogador belga Jean-Marc Bosman, promulgando a histórica sentença que iria mudar para sempre o destino do futebol europeu.
Antes da sentença, os clubes alemães só podiam escalar três jogadores estrangeiros numa partida. Depois dela, o número de estrangeiros foi liberado.
Nos últimos anos, além dos brasileiros, houve uma verdadeira enxurrada de jogadores da Europa do Leste e da África. Esta abertura levou a situações esdrúxulas, como no dia 6 de abril de 2001: o Energie Cottbus enfrentou o Wolfsburgo sem nenhum jogador alemão no time. A partida terminou 0 a 0 e o Cottbus ainda fez três substituições - todos eles estrangeiros.
Falta de talentos
A ascensão de jogadores estrangeiros no Campeonato Alemão preocupa os dirigentes esportivos. Tanto é que a Federação Alemã de Futebol (DFB) resolveu lançar um programa de formação de jovens, a fim de fomentar novos talentos.
De fato, desde há alguns anos os craques estrangeiros vêm brilhando na Alemanha, ofuscando os próprios alemães. Sobretudo os atacantes.
O brasileiro Élber (Bayern de Munique) tornou-se um verdadeiro ídolo do futebol alemão. Foi o artilheiro da temporada 2002/2003 e tornou-se o estrangeiro que mais gols marcou na Alemanha (até agora 132)
Amoroso (Borussia Dortmund) foi a transferência mais cara do futebol alemão: custou 25 milhões de euros, em 2001.