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ETA era o último grupo armado da Europa Ocidental

3 de maio de 2018

Grupo formado ainda nos tempos da ditadura franquista lutou por quase 60 anos pela criação de um Estado basco independente, que abrangeria partes da Espanha e da França.

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Integrantes do ETA em 2011, quando o grupo anunciou que estava depondo armasFoto: picture-alliance/AP Photo

O ETA, que anunciou seu fim definitivo esta semana, surgiu em 1959, ainda na ditadura franquista, com o objetivo de criar um Estado basco independente. O território reclamado pelo grupo abrangia as regiões bascas do norte da Espanha e do sul da França e a região vizinha de Navarra.

O nome ETA é uma sigla para "Euskadi ta Askatasuna", Pátria Basca e Liberdade na língua basca. O grupo é classificado como uma organização terrorista pela União Europeia. Em 2005, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA) deu por encerrada sua luta armada, o ETA passou a ser o último grupo armado da Europa Ocidental.

Ao longo de quase 60 anos de existência, a luta armada protagonizada pelo grupo causou a morte de cerca de 850 pessoas, segundo os números oficiais do governo espanhol. Além disso, as ações feriram cerca de 2.600 pessoas. O ETA também é responsável por dezenas de sequestros e ameaças.

Entre as ações que marcaram a história da Espanha estão o assassinato do presidente de governo Luis Carrero Blanco com um carro-bomba, em 1973, e a explosão que deixou 21 mortos num supermercado, em 1987. Blanco era uma figura de confiança do general Francisco Franco e foi o seu sucessor no comando da ditadura, na qual foi também o último governante.

A oposição do ETA à ditadura franquista garantiu ao grupo a simpatia de muitos espanhóis, principalmente na região basca. O ETA foi o único grupo armado da oposição a Franco.

A organização começou a perder força e relevância depois da virada do milênio. Em 2004, a prisão de Mikel Antza, um importante líder, e a apreensão de armas e documentos fragilizaram o ETA.

Em 2011, com o apoio popular a um Estado basco em queda, o ETA declarou um cessar-fogo definitivo. Em 2017, anunciou a deposição de armas e, em 2018, o seu fim.

Autoridades espanholas calculam que haja menos de 50 membros ativos do ETA, e a maioria deles vive fora da Espanha. Outros 297 estão na cadeia, dos quais 243 na Espanha, 53 na França e um em Portugal.

A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que recebe no dia a dia.

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