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EUA acusam Rússia de "envolvimento direto" no conflito na Ucrânia

28 de agosto de 2014

Tropas, sistemas de defesa aérea, tanques e lançadores de mísseis russos estão em território ucraniano, segundo o governo americano. Número crescente de soldados russos está intervindo nos combates, afirma embaixador.

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Vilarejo próximo a Donetsk, no leste da UcrâniaFoto: AFP/Getty Images

A Rússia está agora "diretamente envolvida" nos combates no leste da Ucrânia, disse o embaixador dos EUA em Kiev nesta quinta-feira (28/08). "Um número crescente de soldados russos está intervindo diretamente nos conflitos no território ucraniano", escreveu o embaixador Geoffrey Pyatt no Twitter, dizendo que Moscou está "diretamente envolvido".

O embaixador também confirmou as informações da Otan de que a Rússia enviou à Ucrânia seus "mais modernos sistemas de defesa aérea". Segundo um diplomata da Otan, um sistema de defesa aérea russo também foi descoberto na região controlada pelos separatistas no leste da Ucrânia.

Trata-se de um sistema SA-22, com o qual é possível derrubar mísseis a uma distância de 20 quilômetros. O diplomata, que pediu para não ser identificado, disse que se acredita que um sistema semelhante, o SA-11, tenha sido usado para derrubar o avião comercial da Malaysia Airlines na região, deixando 298 mortos em meados de julho.

Nesta quarta-feira, os EUA também acusaram a Rússia de "conduzir" uma contraofensiva dos rebeldes pró-Rússia no leste do país. A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, justificou a acusação com o fato de soldados russos terem invadido o país vizinho.

"Essa invasão indica que há uma contraofensiva conduzida pela Rússia em Donetsk e Lugansk", disse a porta-voz nesta quarta-feira. Os EUA estão "extremamente preocupados" sobre tais acontecimentos, completou. Psaki ainda acusou Moscou de "não querer revelar a verdade, mesmo depois que soldados russos foram descobertos 48 quilômetros adentro da Ucrânia".

Telefonema de Merkel

Num encontro com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, em Belarus, nesta terça-feira, o líder russo, Vladimir Putin, sugeriu que os soldados russos descobertos na Ucrânia teriam simplesmente se perdido.

Há meses, Kiev acusa a Rússia de apoiar os separatistas no leste ucraniano com armas e soldados. Moscou nega a acusação. Entretanto, nesta segunda-feira, dez paraquedistas russos foram presos e identificados na região.

Nesta quarta-feira, o Exército ucraniano afirmou que uma coluna militar russa com centenas de tanques, veículos de transporte de tropas e lançadores de mísseis circulava em território ucraniano. O governo dos EUA também falou na presença dos equipamentos militares, dizendo que tropas russas foram encontradas 50 quilômetros adentro da fronteira ucraniana.

Num telefonema com Putin, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, exigiu explicações sobre a presença de soldados russos na Ucrânia. Merkel ressaltou a responsabilidade da Rússia para uma redução das tensões no leste ucraniano, segundo o porta-voz do governo, Steffen Seibert.

Segundo Moscou, o telefonema foi uma iniciativa do governo alemão, e Putin teria informado a chanceler federal sobre os planos de enviar um segundo comboio de ajuda humanitária à região em crise. Antes da conversa com Putin, Merkel também havia falado ao telefone com Poroshenko, apelando para que ambos os lados busquem um cessar-fogo.

LPF/afp/dpa